Variabilidade Genética para o Caráter Germinação em Matrizes de Mimosa scabrella Benth

Resumo

Mimosa scabrella Benth., popularmente conhecida como bracatinga, é uma espécie florestal nativa, historicamente e amplamente utilizada como fonte de energia em locomotivas movidas a vapor, no aquecimento de caldeiras industriais, olarias, cerâmicas e outros, por apresentar um excelente potencial energético. Priorizada em reflorestamentos nas regiões sul do Brasil, atualmente, as sementes de bracatinga disponíveis no mercado são oriundas de espécies sem nenhum grau de melhoramento genético. Tendo em vista que sementes de uma mesma espécie podem apresentar diferenças nas taxas de germinação, este trabalho objetivou avaliar a variabilidade genética para o caráter germinação em diferentes matrizes. Sementes de dez matrizes da espécie foram coletadas, de frutos em início de deiscência, apresentando coloração marrom-claro, em dezembro de 2013, no município de Lages, SC. A superação da dormência foi realizada pelo método de imersão em água a temperatura inicial de 80ºC, seguida de repouso na mesma água, fora do aquecimento por 18 horas. O teste de germinação foi realizado logo em seguida, sob temperatura constante de 25°C, tendo como substrato rolo de papel germitest, com três folhas. Ao final do teste avaliou-se a porcentagem de germinação. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições e 25 sementes por parcela.  Os parâmetros genéticos foram obtidos através do software SELEGEN – REML/BLUP. A estimativa do coeficiente de herdabilidade média de matrizes foi alta (0,82) sugerindo expressivo controle genético. A seleção das cinco matrizes superiores proporcionou ganho genético de, pelo menos 15,1%. Os resultados encontrados sugerem a possibilidade de selecionar indivíduos superiores para o caráter germinação de sementes em diferentes matrizes de M. scabrella, estimulando a utilização dos germoplasmas em futuros programas de melhoramento genético para a espécie.