Estabelecimento in vitro propagação e aclimatização de melissa Melissa officinalis L
Resumo
Melissa (Melissa officinalis L.), também conhecida como bálsamo limão ou erva cidreira é uma planta herbácea perene, aromática, ramificada desde a base, nativa da Europa e Ásia. É muito conhecida por sua atividade calmante, antiespasmódica, analgésica e antiviral, além de ser utilizada externamente como repelente de insetos. Esta planta contém em sua composição química vários tipos de óleos essenciais, além de ácidos triterpenoides, flavonoides, mucilagens, resinas e substâncias amargas, bem como glicosídeos. Em razão da gama de possibilidades que esta espécie oferece, estudos com a mesma se fazem necessários, porém a variação nas condições ambientais a que ela está exposta durante seu crescimento, provoca flutuações fisiológicas, bioquímicas e moleculares. Desta forma, estratégias biotecnológicas, como o cultivo in vitro, podem auxiliar no cultivo destas plantas, com a finalidade de diminuir estas flutuações externas e com isso tentar uma padronização na produção dos seus compostos bioativos. O objetivo deste trabalho foi otimizar um protocolo de estabelecimento in vitro e micropropagação de M. officinalis, visando a produção de mudas uniformes e de boa qualidade fitossanitária. Para a realização do estabelecimento in vitro foram utilizadas sementes de M. officinalis desinfestadas com hipoclorito de sódio em três diferentes concentrações (1,0; 1,5; 2,0%) acrescidas de duas gotas de detergente, em três períodos de exposição (10, 20 e 30 minutos) e mantidas em meio MS (50%) por 45 dias. Para a multiplicação in vitro foram utilizados segmentos nodais de plântulas cultivadas in vitro e inoculadas em meio MS (100%), acrescido de 0; 1,0 e 2,0 mgL-1 de BAP (benzilaminopurina) e 0; 0,25 e 0,50 mgL-1 de ANA (ácido naftalenoacético). A aclimatização das plantas oriundas da fase de multiplicação foi realizada em garrafas de 2L tipo PET, utilizando como substrato casca de arroz carbonizada e solo. Aos 30 dias de cultivo, houve maior desenvolvimento dos brotos e gemas axilares, quando tratadas com 2,0 mg L-1 de BAP, sob a ausência de ANA. O número de raízes formadas e a altura obtida não apresentaram diferenças significativas nas combinações utilizadas. Durante a aclimatização observou-se um aumento no número de brotações e de gemas axilares desenvolvidos em plantas advindas das concentrações de 2,0 mg L-1 de BAP e 0,25 mg L-1 de ANA. Os diferentes tempos de exposição e concentrações de hipoclorito de sódio não diferiram significativamente na percentagem de contaminação dos explantes no estabelecimento in vitro. A presença de BAP em alta concentração e a ausência de ANA proporcionou maior formação de brotos e gemas axilares nos explantes durante a fase de multiplicação, contudo a ausência de ambos resulta em um aumento no número médio de raízes e de comprimento das plantas. As diferentes combinações de BAP e ANA utilizadas durante a etapa de multiplicação in vitro não influenciaram na altura média das plantas aclimatizadas. Plantas de M. officinalis foram estabelecidas, multiplicadas in vitro e aclimatizadas com sucesso em larga escala, curto período e espaço reduzido.
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