Crescimento fúngico reduz com a aplicação de ácido salicílico na pós-colheita de pêssego ‘Chiripá’

Roseli de Mello Farias, Caroline Farias Barreto, Marines Batalha Moreno Kirinus, Pricila Santos da Silva, Marcelo Barbosa Malgarim

Resumo


A incidência da podridão parda limita a conservação de pêssegos durante o armazenamento e a comercialização. As recomendações para o controle da doença no Brasil são baseadas em tratamentos através da utilização de fungicidas na pré-colheita. Porém a utilização excessiva de fungicidas pode causar desequilíbrio ambiental e riscos à saúde dos consumidores. O ácido salicílico (AS) se apresenta como uma alternativa para evitar a utilização excessiva de fungicidas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação do AS em pêssegos ‘Chiripá’ em armazenamento refrigerado e simulação de comercialização no controle da podridão parda e nas características físico-químicas. O experimento foi realizado no LabAgro\Fruticultura da UFPel, RS. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, esquema fatorial 2 x 3, com quatro repetições composta de quinze frutos. O fator A foi composto por doses de AS (0 e 2 mM) na pós-colheita. O AS foi aplicado nos dois lados dos frutos por aspersão de um pulverizador de pressão manual. O fator B composto pelos períodos de armazenamento: dia da colheita (dia 0), sete e quatorze dias de armazenado em câmera fria (0,5±1°C) seguido por três dias em temperatura ambiente (24±1°C). Os frutos foram inoculados com o fungo Monilinia fructicola após 24 horas da aplicação do AS e foram inoculados com 0,2 μL da suspensão de esporos. Realizou-se a diluição para 2,4.105 esporos mL-1 com auxílio da câmara de Neubauer. Foram analisadas as seguintes características: coloração da epiderme (L* e ºHue); diâmetro das lesões causadas por M. fructicola, medido com auxílio de paquímetro (cm); sólidos solúveis totais (ºBrix) e firmeza da polpa (Newtons). A interação entre doses de AS e o tempo de armazenamento refrigerado (0,5±1°C), seguido pela simulação de comercialização (24±1°C) foi significativo somente para a coloração da epiderme expressa em °Hue. A dose de 2 mM de AS decresceu o °Hue durante o armazenamento dos pêssegos em relação a testemunha. Para a variável luminosidade da epiderme (L*) e firmeza de polpa não houve diferença com aplicação de AS na pós-colheita, porém decresceram entre os dias de armazenamento. A dose de 2 mM de AS na pós-colheita reduziu o diâmetro das lesões causadas por fungos nos pêssegos e o aumento do armazenamento proporcionou maiores lesões. Portanto, conclui-se que a dose de 2 mM de AS decresceu o °Hue e o diâmetro das lesões causadas por fungos nos pêssegos ‘Chiripá’ durante o armazenamento refrigerado seguido por simulação de comercialização.

Palavras-chave


podridão parda; qualidade de fruta; pós-colheita

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