Uso de mudas de Butia lallemantii (Deble & Marchiori) para recuperar áreas degradadas por arenização no município de Alegrete-RS

Luciana Pinto Paim, Marcelo Pinto Paim

Resumo


Os processos naturais estão em situação de desequilíbrio em áreas degradadas, devido a processos erosivos intensos. Nesses locais foram suprimidos os componentes essenciais para manutenção de suas funções ecológicas. Sendo que, a ocorrência da retirada de horizontes superficiais do solo e cobertura vegetal, podem facilitar em solos arenosos o início de um processo de arenização. No qual, o solo de lugares arenizados apresentam baixa disponibilidade de teores nutricionais para as plantas. A espécie Butia lallemantii (butiá-anão) apresenta características relevantes por ser um elemento conspícuo nos campos arenosos e nas elevações areníticas das áreas arenizadas. Assim, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a adaptação das mudas nativas de B. lallemantii na área em processo de arenização, com o uso de substrato orgânico e adubação inorgânica (N-P-K). O experimento foi desenvolvido a campo em uma área em processo de arenização localizada no município de Alegrete-RS, onde a área experimental mediu 32x42m. O trabalho foi conduzido em duas etapas, o primeiro experimento com mudas de menor porte, oriundas do município de São Francisco de Assis-RS. O experimento 1 foi conduzido em setembro de 2014, sendo transplantadas cerca de 40 mudas com matéria orgânica do seu local de origem. No segundo experimento foram utilizadas mudas de porte maior, provenientes do município de Alegrete-RS. O experimento 2 foi executado em novembro de 2014, sendo transplantadas cerca de 50 mudas com o substrato orgânico (esterco de animal curtido mais cinza de arroz carbonizada) e a adubação inorgânica na formulação 5-20-20 (N-P-K). As doses do adubo inorgânico foram concedidas uma parcela juntamente com o substrato no transplante, a segunda após 15 dias e a terceira após 30 dias. Em ambos os experimentos foi utilizado o espaçamento entre plantas de 2 a 3m, recomendado para a espécie Butia capitata, devido as restringidas informações da espécie em estudo. As mudas foram organizadas de acordo com a posição solar que estavam no seu local de origem, para favorecer o estabelecimento a campo, e ainda com estaqueamento para impedir o movimento da espécie, durante o período de ventos típicos nos meses de agosto a novembro. As avaliações consistiram na verificação de sobrevivência das mudas, de acordo com o manejo estipulado em cada experimento. Sendo que, no primeiro experimento as análises foram após um período de 15 e 30 dias e para o segundo experimento foram após 30 dias. Os resultados demonstraram que no experimento 1, a sobrevivência das mudas reduziu-se a 15 plantas, totalizando as perdas em torno de 60%. Á vista do menor porte das plantas e às circunstâncias atípicas de intensas chuvas durante o mês de implantação. No experimento 2, houve maior número de plantas sobreviventes (em torno de 40 mudas) resultando em perdas de 20%. Em função do porte elevado das mudas e o manejo mais intensivo durante o transplante, demonstrando superior persistência e fixação no solo. Seguidamente 580 dias da instalação do experimento 2 na área arenizada, observou-se a existência de cerca de 26 mudas sobreviventes. Portanto, pode-se concluir que a utilização de mudas com porte elevado de B. lallemantii com associação de manejos intensivos de adubação orgânica e inorgânica para as mudas nos locais arenizados, contribui para uma superior adaptação e estabelecimento das plantas. 


Palavras-chave


butiá-anão, áreas arenizadas, sobrevivência

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