PADRONIZAÇÃO DE ENSAIO IMUNOADSORVENTE LIGADO A ENZIMA (ELISA) PARA DETECÇÃO DE IgG total, IgG1 e IgG2 CONTRA ANTÍGENOS DE LARVAS, INTESTINO E GLÂNDULAS SALIVARES DE Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Resumo
I – Introdução e justificativa: O ensaio imunoadsorvente ligado à enzima, ELISA, permite a detecção/quantificação da concentração de antígenos ou anticorpos. Dentre outras aplicações, este teste pode ser padronizado para detecção de anticorpos produzidos em resposta a antígenos de ectoparasitas.
II – Objetivo: O objetivo deste trabalho foi padronizar novos testes de ELISA para avaliar a imunidade humoral ao Rhipicephalus microplus, pela mensuração de IgG total, e das subclasses IgG1 e IgG2 em soro de bovinos.
III – Metodologia: Como antígenos, foram utilizados extratos solúveis de larvas (EL), e de intestinos (EI) ou glândula salivar (EGS) de adultos jovens do carrapato R. microplus, os quais foram adsorvidos a placas de 96 poços. A padronização de cada teste foi feita com a utilização de duas placas, uma controle negativo (soros pré-imune) e outra positivo (soros de bovinos coletados após sucessivas infestações artificiais com carrapato). Nas placas, os ensaios foram feitos por titulação cruzada, com diluições seriadas, tanto do antígeno, quanto do soro teste. Alguns parâmetros foram padronizados em todos os testes: diluição do antígeno em tampão carbonato-bicarbonato; Bloqueio com PBS + polisorbato 20 0,05% + leite desnatado 5%; Diluição das pastilhas de revelador conforme instrução do fabricante (SigmaFast OPD®); Parada das reações com H2SO4 3M; Duração de 1 hora e temperatura de 37°C para todas incubações, exceto para o OPD, que foi de 15 minutos a temperatura ambiente; Leitura das amostras em leitor de microplacas a 492 nm.
IV – Resultados: Para a escolha das concentrações ideais de antígeno e soro teste a serem utilizadas, os antígenos (EL, EGS ou EI) foram diluídos na base dois, partindo de uma concentração inicial de 1,5 mg/mL, em 11 diluições seriadas, nos seguintes intervalos: EL: 1/25 a 1/25600; EGS: 1/50 a 1/51200; EI: 1/25 a 1/25600, para a padronização do ELISA para detecção de IgG total; EL: 1/12,5 a 1/12800; EGS: 1/50 a 1/51200; EI: 1/12,5 a 1/12800, para a padronização do ELISA para detecção de IgG1; EL: 1/12,5 a 1/12800; EGS: 1/12,5 a 1/12800; EI: 1/12,5 a 1/12800, para a padronização do ELISA para detecção de IgG2. Já o soro teste foi diluído na base dois, em oito diluições seriadas, nos seguintes intervalos: ELISA para detecção de IgG total: 1/50 a 1/3200. Detecção de IgG1: placas adsorvidas com EL e EI: soro diluído 1/12,5 a 1/800; placas adsorvidas com EGS: soro diluído 1/50 a 1/3200; Detecção de IgG2: soro diluído 1/12,5 a 1/800; Com os resultados da leitura foram confeccionados gráficos expressando as curvas de absorbância. A análise destas curvas e da razão entre absorbância no soro positivo/negativo permitiu a escolha das diluições dos extratos [antígeno (Ag)] e soro teste: ELISA para detecção de IgG total (conjugado 1/10.000 em todos): EL: Ag 1/200; Soro: 1/200; EGS: Ag 1/100; Soro 1/200; EI: Ag 1/800; soro 1/100. ELISA para detecção de IgG1 (conjugado 1/20.000 em todos): EL: Ag 1/25; Soro: 1/50; EGS: Ag 1/100; Soro 1/200; EI: Ag 1/25; soro 1/50. ELISA para detecção de IgG2 (conjugado 1/10.000 em todos): EL: Ag 1/50; Soro: 1/50; EGS: Ag 1/100; Soro 1/50; EI: Ag 1/12,5; soro 1/100.
V – Conclusão: Os testes de ELISA padronizados mostraram-se factíveis e de fácil execução, permitindo futuras avaliações de desenvolvimento e caracterização de resposta imune ao carrapato, em bovinos de diferentes raças e em indivíduos com diferentes graus de suscetibilidade ao carrapato.
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