Micropropagação e estresse salino no aumento de compostos bioativos em plantas de Alternanthera brasiliana

Isabel Rodrigues Brandão, Cristini Milech, Simone Ribeiro Lucho, Alítcia Moraes Kleinowski, Márcia Vaz Ribeiro, Eugenia Jacira Bolacel Braga

Resumo


A espécie Alternanthera brasiliana é popularmente conhecida como penicilina, terramicina, doril ou carrapichinho sendo muito utilizada na medicina popular para diferentes finalidades e se destaca por apresentar betacianinas que são pigmentos naturais com atividades antioxidantes. As betacianinas, assim como outros produtos do metabolismo secundário das plantas costumam aumentar em razão de algum tipo de estresse pelo qual a planta passa. Em função disso, o trabalho teve o objetivo de estabelecer um protocolo eficaz para multiplicação in vitro de A. brasiliana e investigar a resposta dessa planta em relação ao teor de betacianina quando submetida ao estresse salino. Para a micropropagação foram testados três meios de cultura, MS, WPM e B5. Após a escolha do meio mais indicado para a multiplicação foi testada a adição da citocinina benzilaminopurina (BAP), nas concentrações de 0; 1; 2,5; 5; 10 e 15 µM, com a finalidade de aumentar o número de brotações. A tolerância ao estresse salino foi avaliada em plantas cultivadas in vitro, em meio MS suplementado com concentrações de 0, 10, 20, 50, 100 e 200 mM de NaCl. Após o período de 30 dias as plantas que passaram pelo estresse salino foram aclimatizadas e mantidas em casa de vegetação por 30 dias. Observou-se que os meios testados não diferiram significativamente quanto às características números de folhas, brotos, raízes, altura e comprimento da raiz, por isso, o meio escolhido para realizar os testes com o estresse salino foi o meio MS. A utilização de concentrações crescentes de BAP não aumentou o número de brotações, apresentando inibição do crescimento radicular e diminuição da parte aérea. Os teores de betacianina foram incrementados à medida que as concentrações salinas aumentaram. As plantas oriundas do cultivo in vitro apresentaram 100 % de taxa de sobrevivência para todos os tratamentos no processo de aclimatização. Com estes resultados conclui-se que o melhor meio de cultivo para a espécie em estudo é o MS sem BAP e as concentrações de 10 e 20 mM de cloreto de sódio são as mais indicadas para incrementar os teores de betacianina.

 


Palavras-chave


cultivo in vitro, metabolismo secundário, penicilina

Texto completo:

DOWNLOAD ARTIGO PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.