Qualidades físicas das uvas "Pinot Noir" submetidas a intensidades de raleio de cachos na Serra do Sudeste - RS

Maria Barros, Dianini Brum Frölech, Letícia Leal de Mello, Adrane Marinho de Assis, Sebástian Pérez Lamela, Marcelo Barbosa Malgarim

Resumo


O comportamento agronômico das uvas ‘Pinot Noir’, indicadas para a produção de vinhos e espumantes, está relacionado ao manejo do vinhedo e às condições edafoclimáticas da região de cultivo. A Serra do Sudeste possui características favoráveis para a produção de videiras da espécie (Vitis vinifera L.). Atualmente a região conta com cerca de 400 hectares de uvas viníferas. Como a maioria das frutíferas, a videira necessita de um equilíbrio entre a área foliar e a carga de frutos, já que este fator pode ser determinante para a composição e a maturação das bagas. O raleio de cachos é uma das técnicas de manejo que proporcionam alcançar esse equilíbrio, ajustando o controle da produção, principalmente durante a fase reprodutiva, podendo ser um corretivo para o excesso de carga deixado na poda. Poucos estudos foram desenvolvidos nesse sentido e nessa região, devido a isso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de diferentes intensidades de raleio de cachos sobre as características físicas na cultivar ‘Pinot Noir’ (Vitis vinifera L.), com a intenção de contribuir para a qualidade das uvas finas produzidas na Serra do sudeste – RS. O experimento foi desenvolvido em um vinhedo comercial instalado em 2004, conduzido em sistema espaldeira, localizado às margens da RS/BR 471, no município de Encruzilhada do Sul-RS, a 380 m de altitude, na safra de 2015/2016. Enxertadas sobre o porta-enxerto ‘Paulsen 1103’, e podadas sob o sistema guyot duplo, o vinhedo tem espaçamento de 2,5 m entre fileiras e 1,1 m entre plantas. O delineamento experimental foi de blocos completos casualizados, arranjados em esquema unifatorial de quatro blocos e cinco plantas por repetição, totalizando vinte plantas por tratamento. O fator testado foi o raleio, com quatro níveis (0, 10, 30, 50%), que ocorreu quando 50% das bagas encontravam-se no véraison. Vinte dias após o raleio, quando as uvas alcançaram 19,4°Brix, ocorreu à colheita. As variáveis avaliadas foram: comprimento (cm) e massa de cachos (g); massa (g) e número de bagas e peso do ráquis (g), utilizando uma balança de precisão e uma régua graduada em cm. Para as variáveis comprimento de cacho (F= 3,72; p = 0806), massa de cacho (F = 0,74; p = 0, 5587), massa de bagas (F = 0,04; p = 0, 9895), número de bagas (F = 0,36; p = 0, 7852), e peso de ráquis (F= 0,81; p= 0, 5151) não houve diferença significativa em nenhum dos tratamentos, porém em valores absolutos a intensidade de raleio de cachos de 10% foi superior nas variáveis comprimento de cachos, massa de cachos e número de bagas. Já para a variável massa de bagas o raleio 0 (testemunha) foi o que obteve melhor resultado. Quanto ao peso do ráquis a intensidade de raleio de 30% foi superior aos demais. Os níveis de raleio de cachos não alteraram as características físicas da cultivar ‘Pinot Noir’ produzidas na Serra do Sudeste.


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