Avaliação comparativa do teor de antocianinas e atividade antioxidante entre erva-mate comercializada com associações vegetais e erva-mate comercializada de forma pura.

THAIS SILVEIRA RIBEIRO, Gleicimara Oliveira Trindade, Vera Maria de Souza Bortolini, Ana Carolina Zago, Graciela Maldaner, Guilherme Cassão Marques Bragança

Resumo


A erva-mate é um produto feito a partir do vegetal Ilex paraguariensis, St. Hill, produzido principalmente no Rio Grande do Sul, sendo um produto de grande consumo entre os gaúchos, na forma de chimarrão. As ervas-mate são comercializadas, sobretudo, na sua forma pura, ou seja, folhas secas e fragmentadas, todavia, são encontradas no comércio diversas associações, como por exemplo, acréscimo de outros vegetais, com finalidades sensoriais e/ou terapêuticas. Objetivou-se comparar o teor de antocianinas e a capacidade antioxidante de 5 ervas-mate comercializadas no Rio Grande do Sul sendo composta apenas pelo vegetal Ilex paraguariensis com uma marca de erva-mate cuja apresentação se dá associada à carqueja, camomila, erva-doce e capim cidreira. Adquiriu-se as ervas-mate em comércio de Bagé. Determinou-se o teor de antocianinas totais, e a atividade antioxidante foi avaliada por meio de dois métodos, escolhidos por apresentarem diferentes capacidades de captura de cátions e ânions. Utilizou-se o método 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) e o método de 2,2´azino-bis-(3-etilbenzotiazolin 6-ácido sulfônico), conhecido por ABTS. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F (p≤0,05). Constatando-se significância estatística ao nível de 5%, as amostras C1, C2, C3, C4 e C5 foram comparadas com a amostra padrão (AP) contendo Ilex paraguarienses associada à carqueja, camomila, erva-doce e capim cidreira pelo teste de Dunnett (p≤0,05). Constatou-se que o teor de antocianinas diferiu significativamente para todas as ervas-mate em relação à amostra padrão (AP) que obteve 18,02 mg de cianidina-3-glicosídio.100g-1 de matéria seca. As demais ervas-mate apresentaram conteúdo antociânico expressos em mg de cianidina-3-glicosídio.100g-1 de matéria seca maiores que AP, sendo 26,41 para C1; 23,62 para C2; 21,03 para C3; 22,24 para C4 e 21,42 para C5. A variação do teor antociânico pode ser resultado das associações de outros vegetais à Ilex paraguarienses, denotando que este vegetal isoladamente apresenta maior conteúdo de antocianinas. Outro fator que explicaria a significativa diferença é a exposição solar, temperatura e solo de cultivo das ervas-mate. A atividade antioxidante avaliada pela metodologia DPPH mostrou-se superior em C1 (11,27), C2 (9,56), C3 (7,69), C4 (8,24) e C5 (7,05) em relação aos 4,46 observados em AP, todos com valores expressos em μM Trolox.g-1 amostra, logo a associação de outros vegetais não se mostrou eficaz na manifestação de atividade antioxidante avaliada por DPPH. A capacidade de captura de radicais livres avaliada por ABTS teve valores expressos em μM Trolox.g-1 amostra. A análise estatística mostrou que não houve diferença significativa entre C1 (49,47) e C2 (51,34) em relação à AP (49,96), todavia, C4 (47,83) mostrou-se com capacidade antioxidante significativamente reduzida em relação à AP. Em contrapartida, C3 (53,52) e C5 (51,36) apresentaram atividade antioxidante significativamente superior à AP, denotando que houve incremento da ação antioxidante nas ervas-mate comercializadas sem associação. Com base no exposto conclui-se que a associação de compostos vegetais à erva-mate para comercialização não se mostrou eficiente na manutenção da capacidade antioxidante, e promoveu redução do teor de antocianinas do composto. Ressalta-se que a erva-mate com associações não traz no rótulo as proporções de cada um dos vegetais utilizados, o que pode explicar, em partes, os resultados obtidos.


Palavras-chave


Ervas-mate, capacidade antioxidante, antocianinas

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