Avaliação do teor de antocianinas e capacidade antioxidante de soja produzida por cultivo tradicional e orgânico

NATHAN VIERA, Alechandra Schwanck Napparo, Ederson Moreira Silveira, Vera Maria de Souza Bortolini, Mônica Lourdes Palomino de los Santos, Guilherme Cassão Marques Bragança

Resumo


A soja, Glycine max L. pertence à família Fabaceaee, é um grão em sua maioria de cor amarela e formato variando de oval a esférico, sendo o Brasil o segundo maior produtor mundial. É um grão altamente adaptável a climas e solos, tornando seu plantio bastante extenso principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Essa capacidade adaptativa associada à busca por alimentos produzidos sem uso de defensivos agrícolas vem despertando o interesse no cultivo orgânico. A soja possui compostos bioativos, como os compostos fenólicos, destacando-se as antocianinas advindas do metabolismo secundário vegetal, apresentando ação protetora na planta e antioxidante aos animais e humanos. Objetivou-se, determinar o teor de antocianinas totais e a capacidade antioxidante de soja cultivada de forma convencional e orgânica, comparando os respectivos cultivos. Adquiriu-se farinha de soja de cultivo convencional e farinha de soja de cultivo orgânico em comércio de Bagé. Determinou-se o teor de antocianinas totais e a atividade antioxidante foi avaliada por meio de dois métodos, escolhidos por apresentarem diferentes capacidades de captura de cátions e ânions. Utilizou-se o método denominado 2,2-difenil-1-picril-hidrazila(DPPH)e o método de 2,2´azino-bis-(3-etilbenzotiazolin 6-ácido sulfônico), também conhecido por método de ABTS. Quanto ao tratamento estatístico, sendo atendidos os pressupostos, os dados foram submetidos à análise de variância através do teste F (p≤0,05). Constatando-se significância estatística ao nível de 5%, os efeitos dos tratamentos nas duas amostras foram comparados pelo teste T (p≤0,05).Observou-se que a soja cultivada de forma tradicional apresentou maior teor de antocianinas em comparação à soja orgânica, com valores respectivos de 2,54 e 2,15mg de cianidina-3-glicosídio.100g-1 de matéria seca. Este fato pode ser explicado pela elevação da síntese de compostos antociânicos promovida pela exposição do vegetal a agentes químicos utilizados no combate a pragas da lavoura. Outro fator que poderia sugerir tal resultado é a elevada exposição à radiação solar, diferença de temperatura e de local de cultivo. A capacidade antioxidante avaliada pela metodologia DPPH foi de 2,73μMTrolox.g-1 amostra na soja de cultivo tradicional, não diferindo significativamente pelo teste F (p≤0,05) da soja cultivo orgânico, que apresentou 2,07μM Trolox.g-1 amostra.Através do método ABTS foi observado que a soja cultivo tradicional apresentou resultado superior (34,38μMTrolox.g-1 amostra) em relação ao grão cultivo orgânico (29,47μM Trolox.g-1 amostra). A elevada atividade antioxidante observada na soja cultivada de forma tradicional pode ser justificada pela presença de cátions e ânions nos grãos, sendo tais íons provenientes dos compostos químicos utilizados no tratamento do solo ou mesmo agentes impeditivos da ação de pragas. Com base no exposto é possível concluir que os grãos cultivados no sistema orgânico não apresentaram melhoria no teor de antocianinas, sendo também detentores de menor capacidade antioxidante avaliada pela metodologia ABTS. Não houve influência da forma de cultivo sobre a capacidade antioxidante avaliada pelo método de DPPH. Ainda se faz necessário o aprofundamento de estudos acerca da influência da forma de cultivo na composição química e atividade antioxidante da soja.


Palavras-chave


Soja, cultivo, capacidade antioxidante

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