Avaliação do teor de antocianinas e capacidade antioxidante em ervas-mate cultivadas nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Thaís Silveira Ribeiro, Gleicimara Oliveira Trindade, Leticia Cantiliano, Ana Zilda Ceolin Colpo, Ana Paula Simões Menezes, Guilherme Cassão Marques Bragança

Resumo


A Ilex paraguarisiense St. Hill, conhecida popularmente por erva-mate é largamente cultivada no Brasil, com destaque para produção no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apresenta-se em forma de árvore nativa, sendo sua maior parte de extração advinda de ervais nativos ou adensados. A erva-mate pode apresentar algumas variações na sua apresentação e constituição devido a fatores relacionados aos tipos de ervais, épocas de colheitas, região produtora e fatores ambientais que podem alterar os estágios de desenvolvimento das plantas. Objetivou-se avaliar o teor de antocianinas e a capacidade antioxidante de duas marcas de ervas-mate produzidas no Rio Grande do Sul e duas marcas de ervas-mate produzidas em Santa Catarina. Adquiriu-se as ervas-mate em comércios dos dois estados, sendo identificadas como RS1, RS2, SC1 e SC2. A atividade antioxidante foi avaliada por meio de dois métodos, escolhidos por apresentarem diferentes capacidades de captura de cátions e ânions. Utilizou-se o método denominado 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) e o método de 2,2´azino-bis-(3-etilbenzotiazolin 6-ácido sulfônico) (ABTS), ambos com resultados expressos em μM Trolox.g-1 amostra. Quanto ao tratamento estatístico, sendo atendidos os pressupostos, os dados foram submetidos à análise de variância através do teste F (p≤0,05). Constatando-se significância estatística ao nível de 5%, as amostras foram comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05). Os valores encontrados para antocianinas foram 25,22 (RS1), 26,42 (RS2), 19,69 (SC1) e 17,98 (SC2), estando todos significativamente diferentes entre si. Para as analises antioxidantes da erva-mate obteve-se na análise de DPPH os valores 8,34 (RS1); 11,28 (RS2); 3,50 (SC1) e 5,60 (SC2) e para ABTS, 52,02 (SC2); 49,47 (RS2); 51,01 (SC1) e 50,20 (RS1). Observa-se que as ervas cultivadas no Rio Grande do Sul apresentaram maior teor de antocianinas e atividade de captura de íons aniônicos em comparação às ervas-mate catarinenses. De forma geral, observa-se que na análise de antocianinas e DPPH das amostras RS1 e RS2 a influência das condições edafoclimáticas, tais como condições de solo, latitude, longitude e radiação solar, podem estar contribuindo para os maiores valores encontrados em comparação à SC1 e SC2. As quatro ervas-mate estudadas apresentaram-se significativamente diferentes entre si quanto à capacidade antioxidante avaliada pela metodologia DPPH. Ressalta-se que para RS1 e RS2 os melhores valores de DPPH denotam maior produção de metabólitos secundários hidroxilados, tais como compostos fenólicos, os quais são responsáveis pela captura de íons aniônicos. Distintamente, de modo geral, os valores encontrados em ABTS indicam uniformidade quanto à captura de íons catiônicos, mostrando o padrão antioxidante de todas as amostras analisadas nas condições deste estudo. Frente ao exposto, conclui-se que as ervas-mate apresentaram importante conteúdo antociânico e capacidade antioxidante, havendo destaque para as produzidas no Rio Grande do Sul. São encorajados novos estudos, pois este expressa apenas parcela das ervas-mate produzidas e comercializadas nos estados referenciados acima.

Palavras-chave


Erva-mate, antocianinas, antioxidante

Texto completo:

DOWNLOAD ARTIGO PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.