Diagnóstico De Ovário Policístico Em Cadela Submetida á Ovariosalpingohisterectomia - Relato de Caso

MARCIO FREITAS, Luisa Veber, Iago Brum, Fabio Melo, Edson Luiz Salomão, Patricia Salla

Resumo


As doenças do sistema reprodutor são comuns na medicina veterinária, tanto nas fêmeas quanto nos machos das diferentes espécies. Enfermidades nos órgãos reprodutivos de cães e gatos têm variados graus de morbidade, mortalidade e sofrem influências do histórico reprodutivo, de tratamentos farmacológicos prévios e de condições ambientais, podendo existir variações regionais na incidência de determinadas anormalidades reprodutivas. As alterações reprodutivas podem apresentar consequências variadas, que se estendem da ausência de sinais clínicos, comprometendo somente a fertilidade do animal e passando despercebidas ao proprietário, até manifestações clínicas agudas, que podem conduzir a morte. A causa da ocorrência de cistos foliculares e a ineficiente, ou não, reação do hipotálamo ao feedback positivo ocasionado pelo estrogênio, gerando assim deficiência ou ausência de liberação de GnRH, impedindo o pico pré-ovulatório de LH, tornando o folículo anovulatório e cístico. Em relação aos cistos foliculares na cadela, refere que os mesmos podem produzir quantidades excessivas de estrógeno, progesterona ou nenhum hormônio. O caso envolveu uma cadela de raça Boxer, 8 anos de idade e 30 kg, o animal veio para clinica, para realização de cesariana, pois estava em parto distócico. Após a incisão do abdômen e exposição do sistema reprodutivo foi observada a alteração em um dos ovários, sendo então realizada a ovariosalpingo-histerectomia (OSH) eletiva e, por ocasião do ato cirúrgico, foram diagnosticadas e descritas à formação policística em um dos ovários. Os cistos ovarianos são comuns em animais domésticos, particularmente na cadela, porca e vaca. Os cistos podem apresentar estrutura anatômica e histológica variada, podendo ser únicos (simples) e ou múltiplos (policísticos). Neste relato, os sinais clínicos observados não foram decorrentes das alterações ovarianas, mas, sim, o parto distócico que acometia a cadela, sendo encaminhada para a cesariana, uma vez que muitos dos processos ovarianos podem ser assintomáticos, ou seja, muitas vezes são achados acidentais nas OSHs eletivas e abertura do abdômen da cadela, o que pode ser observado neste caso. O útero não apresentou hiperplasia endometrial cística/piometra, mas ha relatos destas alterações em cadelas portadoras de alguns tipos de tumores ovarianos. A não confirmação da anormalidade ovariana poderia mascarar um possível hiperadrenocorticismo canino endógeno, ou Síndrome de Cushing canina, doença endócrina que contempla múltiplas anomalias clínicas observadas no animal, resultantes de uma exposição prolongada a glicocorticóides, cuja produção, pelas glândulas adrenais, encontra-se exacerbada. O resultado obtido na avaliação do caso clinico permitiram concluir que é de extrema importância a cirurgia de ovariosalpingo-histerectomia (OSH) eletiva, para que seja realiza a retirada deste ovário policístico, pois morfologicamente podem apresentar grande desenvolvimento e adquirir um aspecto pseudotumoral.


Palavras-chave


ovários; reprodução; folículo

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