A CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS E QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Caroline Ferreira Brezolin, Fábio Vieira da Silva Junior, Pamela da Silveira Freitas, Anthoni Lopes Ferrari

Resumo


A proposta extensionista “O ensino de ciências e química e suas contribuições para a vida escolar do jovem na zona rural”, do Instituto Federal Farroupilha Campus Alegrete (IFFar-Al) é uma ação em parceria com a Secretária de Educação e Cultura do Município de Alegrete.

Justifica-se a relevância desta ação, pois em pesquisa realizada na disciplina de Prática enquanto componente curricular do curso de licenciatura em química, constatou-se que muitos jovens (35%) não veem relação dos componentes curriculares de ciências e química com o meio rural.

Este projeto tem como objetivo principal contribuir para a formação do jovem no campo através dos conhecimentos de Ciências e Química visando a contextualização com seu cotidiano, desta forma conduzindo com a integração destes conhecimentos científicos com o meio ao qual estão inseridos.

Os debates atuais buscam uma educação do campo valorizando sua realidade e procurando melhorar suas necessidades, principalmente no que se refere a uma educação baseada no modelo da cidade. Dessa forma, conforme Arroyo; Caldart; Molina (2009, p. 11) “Nas últimas décadas consolidou-se um imaginário que projetou o espaço urbano como caminho natural único do desenvolvimento, do progresso e do sucesso econômico, tanto para indivíduos, como para sociedade”.

As especificidades da educação do campo podem ser vistas na Resolução nº 4/2010 – Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) no artigo 36 ressalta as especificidades da modalidade educativa das escolas do campo, abrangendo os currículos e metodologias, “A identidade da escola do campo é definida pela vinculação com as questões inerentes à sua realidade, com propostas pedagógicas que contemplam sua diversidade em todos os aspectos”.

A área do conhecimento de ciências e química está diretamente relacionada a vida e ao ambiente, sendo dinâmica e criativa, pode contribuir para que os alunos sintam-se integrados ao meio em que estão inseridos. O público alvo da ação extensionista são alunos das séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio das escolas do campo localizadas no município de Alegrete/RS. Ao todo serão realizadas 6 oficinas em cada instituição. A duração deste projeto será de 5 meses, abrangendo cerca de 70 alunos.

A metodologia estruturou-se em quatro etapas. Na primeira etapa ocorreu contato inicial com as escolas selecionadas e aplicação de questionários para a comunidade escolar. O estudo das temáticas e elaboração das oficinas constituem a segunda etapa. Na terceira etapa será realizada a aplicação das oficinas buscando a contextualização do meio no qual estão inseridos.

Na quarta etapa do projeto, será elaborado um caderno didático, para que sirva como possibilidade metodológica para o ensino de ciências e química na zona rural.

O projeto encontra-se na fase inicial, foi realizada a aplicação dos questionários em uma das escolas selecionadas. Responderam esse instrumento de diagnóstico 41 alunos, 12 de 9º ano do Ensino Fundamental e 29 alunos do Ensino Médio. Uma das questões apresentadas objetivou verificar a relação entre o ensino de ciências e química no cotidiano dos alunos. Pouco mais da metade dos alunos de 9º ano responderam que veem pouca relação, no Ensino Médio a distância entre os conteúdos trabalhados em aula e a realidade dos alunos é ainda maior, pois dois terços veem pouca relação entre o componente teórico e prático. Possivelmente tal fato pode estar relacionado a outra pergunta do instrumento, sobre a frequência da realização de práticas e experimentos nas aulas de ciências/química, quase a totalidade dos alunos do Ensino Fundamental e Médio disseram que raramente ou nunca foram realizadas práticas em suas aulas.

Os discentes também opinaram sobre conteúdos que gostariam que fossem trabalhados nas oficinas, no qual os mais apontados foram experiências químicas, por exemplo experimentos de determinação de pH, química orgânica, seguidos de energias renováveis. Estes dados serão utilizados para a elaboração das oficinas, buscando metodologias e estratégias de Ensino/Aprendizagem que levem os alunos a compreender a relação existente entre o ensino de ciências e química com seu cotidiano, contribuindo para o entendimento dos fenômenos naturais e da produção agropecuária existentes em seu meio.


Palavras-chave


Educação do Campo; Ensino de Ciências e Química; Contextualização.

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