Maio de 1968: o cinema e sua história, quarenta anos depois

ANDRE VINICIUS MOSSATE JOBIM

Resumo


No ano de 2008, completaram-se 40 anos da conjuntura e dos acontecimentos relativos a Maio de 1968. O projeto de extensão Ciclos de Cinema Histórico, a fim de oferecer uma perspectiva reflexiva sobra tal história, propôs uma abordagem cinematográfica do assunto. O objetivo central da atividade era enfocar as representações cinematográficas associadas ao conjunto de acontecimentos e transformações de Maio de 1968 - seus desdobramentos políticos, sociais e culturais na Europa, América e Ásia. A importância histórica daquele momento é enfatizada por TOURRAINE (2008, p.5): "Em 68 falava-se de sexualidade, de homossexuais, de minoria étnica, de greve, bom, de tudo o que é hoje a vida cotidiana". A literatura e a cinematografia produzidas sobre as décadas anteriores e subsequentes a Maio de 1968 são bastante consistentes. Com o apoio dessas obras, desenvolveu-se o XVI Ciclo de Cinema Histórico: 40 anos de sonhos e barricadas, realizado entre os meses de abril e maio de 2008. A curadoria desses filmes enfocou elementos como a cultura, a juventude, a política e a sociedade dos anos 1960 e 1970, dentro de uma reflexão histórico-cinematográfica. Após o final de cada sessão, comentaristas convidados, ligados a diferentes áreas do conhecimento, responsabilizavam-se por propor uma reflexão sobre o filme em questão, abrindo-se posteriormente para debates com a participação do público. Segundo FERRO (1992, p. 33), o cinema permite o conhecimento de regiões nunca antes exploradas, abrindo caminhos a um novo olhar historiográfico". O público-alvo era formado essencialmente por estudantes do Ensino Médio e Superior, mas contou com participação maciça de pessoas de fora do âmbito educacional. As organizações envolvidas no projeto foram as seguintes: o Curso de História, o Mestrado em Integração Latino-americana e o centro de Ciências Sociais e Humanas, todos vinculados a Universidade Federal de Santa Maria. As obras cinematográficas apresentadas e discutidas vislumbraram diferentes perspectivas estéticas, filosóficas e históricas. Seus autores, como Bernardo Bertolucci, Peter Davis, Paolo Pasolini, Glauber Rocha, Elio Petri, entre outros, juntamente com as sociedades as quais retrataram, foram inseridos nas transformações sociais, políticas e culturais de suas respectivas épocas. À luz do mundo contemporâneo, faz-se o resgate de tais conjunturas e seus reflexos sobre as sociedades atuais. A recuperação e a elucidação da memória de Maio de 1968 são importantes tanto para o entendimento do Mundo dos anos 1960 e 1970 – particularmente no que se refere às representações cinematográficas – quanto para seu legado na sociedade contemporânea.


Palavras-chave


Maio de 1968, Cinema, História

Texto completo:

DOWNLOAD ARTIGO PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.