O assédio pelos olhos delas: a ocorrência de assédio sexual e moral no município de Alegrete

Brenda Dutra, Daniela Antunes da Costa, João Manoel Martins Marçal, Jian Salbego Rios

Resumo


O assédio, tanto sexual quanto moral, contra mulheres está difundido de tal forma em nossa sociedade que esse tipo de agressão acaba sendo tratada de forma natural. Mesmo não sendo. Atitudes grosseiras que levam a humilhação pública, interação sexual forçada e “cantadas” repudiadas são consideradas assédio, pois ferem o direito, assegurado constitucionalmente, de ir e vir. Além disso, pesquisas apontam que 77% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de assédio, e dessas, 80% preferem não prestar queixas por se sentirem intimidadas. Tais fatos comprovam a existência e a persistência do problema. Recentemente, campanhas realizadas e publicadas na internet, despertaram a necessidade e a curiosidade de pesquisar o tema no município de Alegrete, buscando analisar a compreensão que as alunas e professoras do Colégio Raymundo Carvalho têm sobre o assunto. Dessa forma, o trabalho objetivou analisar a compreensão das mulheres com relação ao assédio moral e sexual na sociedade atual, bem como, entender as formas de assédio, explicar a compreensão das mulheres acerca do assédio moral e sexual e apurar a ocorrência de assédio entre as alunas e professoras do Colégio Raymundo Carvalho. O trabalho foi realizado a partir de pesquisas na internet, da leitura dos relatos das vítimas e de documentários sobre o tema. Foi feito também, um questionário baseado na campanha Chega de Fiu Fiu, realizada pelo site Think Olga, a fim de levantar dados sobre a ocorrência de assédio entre as alunas do ensino médio e as professoras do Colégio Raymundo Carvalho. No questionário aplicado no colégio, tanto alunas quanto professoras afirmaram não gostarem de cantadas e se sentirem assediadas quando recebem. A respeito do local onde acontecem essas agressões, a maioria respondeu ser na rua ou em lugares públicos.  Foi analisado também que grande parte das mulheres não responde às cantadas que ouve na ruas por sentirem-se envergonhadas ou com  medo. No Colégio Raymundo Carvalho, 100% das alunas já se sentiram assediadas por algum tipo de cantada. Entre as professoras, a maioria, 62,5%, também entende tais comentários dessa forma. Além disso, constatou-se que os locais onde há mais ocorrência destas agressões é na rua, em parques ou em shoppings, e muitas vezes o assediador é um desconhecido. A forma como as mulheres no geral vêm o assédio é bastante divergente, algumas não se sentem incomodadas com cantadas e afins, outras enxergam tais comentários de uma forma mais crítica. Sendo assim, a melhor forma de definir quando se trata de assédio, ou não, é analisando a forma como o alvo de determinado comentário se sente.

 

Palavras-chave: Assédio; Mulheres; Ocorrências.


Palavras-chave


Assédio; Mulheres; Ocorrências.

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