LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE PLANTAS TÓXICAS AO REBANHO BOVINO, NA CHÁCARA BOM RETIRO, ALEGRETE/RS

Maria Correa, Daniela Antunes da Costa, João Vitor Alves, Gabriella Leal Leonardi

Resumo


Plantas tóxicas são caracterizadas como todo e qualquer vegetal que uma vez introduzido por um animal, possa vir a ocasionar algum dano a sua saúde, estas plantas ocasionam um desequilíbrio que se traduz como sintomas de intoxicação. Estudos demonstram que entre 800 mil e 1,8 milhões de bovinos morrem anualmente por causas relacionadas com plantas tóxicas e, ainda se soma a isso, dados não conhecidos sobre abortos, infertilidade, má formações entre outros. Diante da importância do assunto, justifica-se a realização deste estudo para a identificação de plantas potencialmente tóxicas que podem causar problemas ao rebanho bovino na chácara Bom Retiro, em Alegrete/RS. Inicialmente, com o uso de software específico e imagens de satélite, elaborou-se um mapa de localização da área de estudo. Para o levantamento à campo das espécies vegetais potencialmente tóxicas, foi utilizado o método de caminhamento, o qual consiste em percorrer aleatoriamente a área de estudo e identificar tais espécies diretamente no local de ocorrência. Com a finalidade de analisar as substâncias existentes em cada espécie e relacionar aos possíveis prejuízos ao rebanho bovino, realizou-se um intenso levantamento bibliográfico acerca do assunto e das plantas previamente identificadas. A referida área de estudo, “Chácara Bom Retiro”, localiza-se a cerca de 15 km da cidade de Alegrete/RS, na localidade do Caverá – 6° Subdistrito Catimbau. O polígono compreende 600.000 metros quadrados, onde a cobertura vegetal predominante é de campo nativo. Até o presente momento foram identificadas duas espécies vegetais com potencial tóxico, sendo: Senecio brasiliensis e Bacharis coridifolia. S. brasiliensis possui alcaloides pirrolizidínicos hepatoxicos e causadores de lesão de forma irreversível que se ingerida por bovinos pode causar inibição da mitose celular, mas continua sintetizando DNA no núcleo e aumentando o tamanho. B. coridifolia possui tricotecenos macrocíclicos: roridina A e E, miotoxina A, B, C e D, miopitoceno A e B e verrucarol. Tais substâncias são produzidas por fungos do gênero Myrothecium, principalmente M. roridum e M. verrucaria, que habitam o solo e se desenvolvem próximo às raízes de B. coridifolia, que através da ingestão desta planta pode vir a ocorrer anorexia, timpanismo discreto ou moderado, instabilidade dos membros pélvicos, tremores musculares, focinho seco, descarga ocular serosa, fezes secas ou diarréicas, salivação excessiva, polidipsia, vocalização, respiração laboriosa e rápida, taquicardia e inquietação. As lesões induzidas pela ingestão de B. coridifolia incluem necrose do epitélio gastrintestinal (principalmente nos pré-estômagos) e do tecido linfóide. Mesmo com resultados parciais, este trabalho já indica a importância do proprietário em reconhecer estas espécies potencialmente tóxicas e a necessidade de realizar um manejo diferenciado afim de evitar o consumo destas plantas, uma vez que as toxinas presentes nestes vegetais podem desencadear riscos à saúde animal.

Palavras-chave


Plantas tóxicas; Rebanho; riscos.

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