PRECONCEITO LINGUÍSTICO: UMA DISCRIMINAÇÃO VELADA

Camilly Martignoni Bonfada

Resumo


O preconceito linguístico é o julgamento negativo que se faz de um falante, sem considerar suas variações. No Brasil, essa temática veio à tona em 1999, com o lançamento do livro "Preconceito linguístico: como é e como se faz", do autor Marcos Bagno. Porém, esse tema se tornou relevante recentemente, com a maior inclusão da linguística nos livro didáticos. No entanto, esse tipo de discriminação ainda é muito recorrente na sociedade, sendo considerada normal a ação de menosprezar a variação de uma pessoa, devido à falta de conhecimento da população geral em quanto ao assunto. Sendo assim, o que é preconceito linguístico e como ele se apresenta na sociedade brasileira? Em busca dessas respostas, o presente trabalho tem como objetivo principal perscrutar o conceito de preconceito linguístico e sua ocorrência na sociedade brasileira, os demais objetivos dessa pesquisa são identificar a bibliografia sobre preconceito linguístico no Brasil, verificar as origens do preconceito linguístico, esclarecer os mitos geradores do preconceito linguístico e entender como os falantes compreendem as variações linguísticas. A pesquisa foi realizada por meio de buscas em sites na internet e a leitura da obra "Preconceito linguístico" (2015) do linguista Marcos Bagno. Ademais, uma pesquisa de campo explorou como os falantes, diante de quatro diferentes variações linguísticas, comportam-se com os conceitos de certo e errado. A população entrevistada foi composta por dois grupos de faixas etárias diferentes: o primeiro integrou 20 jovens de 15 a 25 anos; o segundo, 20 indivíduos de 40 a 60 anos. Os entrevistados foram os alunos do Colégio Raymundo Carvalho - Urcamp e da Escola Estadual de Ensino Médio Tancredo de Almeida Neves. Sendo assim, pode-se concluir que o preconceito linguístico apresenta-se de forma significativa entre os munícipes, inclusive na esfera escolar, onde constatamos uma confusão entre lingua e gramática normativa ea ideia de certo e errado. Nesse sentido, reafirma-se que a educação linguística tem ocupado espaço no ambiente educacional, porém, segundo Bagno (1999), ainda é visível que o preconceito linguístico estigmatiza direta ou indiretamente os individuos que não dominam formas linguísticas de prestígio. Dessa forma, evidencia-se que a escola desempenha um papel indispensável quanto a possibilitar que a população acadêmica reconheça, aceite, respeite e vivencie as diferenças linguisticas, de forma a colaborar para a constituição da cidadania.

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Referências


BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. Glossário Ciele, [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 16 de set, 2018.

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. 56ª Edição. Local de publicação: Editora Parábola, 5 de jan, 2015.


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