ANÁLISE TIPOLÓGICA DAS ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS PADRÃO VFRGS - ANOS 30 E 40

Magali Nocchi Collares Gonçalves, Renan Rosso Bicca

Resumo


Introdução: A tipologia é o estudo científico de tipos e elementos que compõem a linguagem arquitetônica, que aliada a história, ajuda identificar os costumes de uma sociedade, assim como determina o estilo que a obra está inserida. As estações ferroviárias foram implantadas no Rio Grande do Sul em decorrência das linhas férreas, entre 1874-1999. Muitas estações foram construídas por companhias estrangeiras americanas, belgas, britânicas e pelos Batalhões de Engenharia do Exército. Com isso, as tipologias arquitetônicas identificadas em diferentes cidades, geralmente, foram construídas pela empresa responsável pela ferrovia, utilizando os mesmos elementos e técnicas construtivas. Objetivo: O objetivo desta pesquisa é identificar e classificar as tipologias das estações ferroviárias, pertencentes a Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS). Metodologia: A pesquisa propõe uma análise entre a tipologia da VFRGS entre as décadas de 1930-1940. Para isso, fez-se uma revisão bibliográfica, através de dados coletados pode-se entender o contexto histórico das estações ferroviárias. Para melhor compreensão, foi desenvolvido uma linha do tempo com as estações ferroviárias de Cacequi, Alegrete, Jaguari, São Borja, Dom Pedrito, Jaguarão, Canoas, Campo Bom, Santiago, Villa Siqueira e São Luiz Gonzaga, considerando o ano de inauguração dos prédios. Resultados: Através da metodologia exposta, foi constatado que os prédios constituem-se em um projeto padrão. As coberturas em múltiplas águas, com telha francesa possuem inclinação acentuada, sendo cortadas por panos de telhados triangulares, com largos beirais. Os prédios estão distribuídos em dois pavimentos, implantados paralelamente à via férrea. Possuem um corpo central com duas ou três janelas e dois corpos laterais com dimensões variáveis. São decorrentes terraços descobertos nas duas extremidades, com exceção das estações de Campo Bom e Cacequi. No térreo, possuem arco abatido, com bandeira fixa de vidro. As aberturas são de verga reta no andar superior, sendo as janelas com venezianas. O programa básico destas estações, tomando-se como exemplo as plantas baixas das estações de Cacequi, São Borja e Canoas, inclui sala de espera, sala do agente telégrafo, setor de atendimento com depósito para bagagens, quarto do telegrafista e sanitários no andar térreo. No pavimento superior consta a residência do agente, com varanda, cozinha, despensa, toilete e três dormitórios com acesso aos terraços laterais. Conclusão: Conclui-se que a tipologia presente nas estações ferroviárias embora com algumas variáveis, seguem um projeto padrão. O que resulta em estações férreas com forte identidade visual.

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