A AUSÊNCIA DOS FAMÍLIARES NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

MATHEUS BRASIL, Isadora Roman da Silva, Agnes Leana dos Santos Quines, Bruna Britto Pereira, Bruna Colina de Vargas

Resumo


Introdução: A atitude de proibir a permanecia dos familiares de clientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por muitos anos foi visto como algo que tornava o atendimento qualificado, uma vez que a rotina de uma UTI é extremamente complexa e pode ser vista de forma agressiva por pessoas leigas. Nos últimos anos esse pensamento vem sofrendo mudanças e vários fatores já apontam que a proibição do acompanhante em tempo integral na UTI traz diversos malefícios tanto para o cliente quanto para os familiares. Objetivo: O objetivo deste trabalho é explicitar os malefícios ocasionados pela ausência dos familiares na Unidade de Terapia Intensiva. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura e seguiu as seguintes etapas: definição da questão norteadora, seleção dos descritores, definição dos critérios de seleção, levantamento do material bibliográfico, organização das categorias e análise dos dados obtidos. A questão norteadora do estudo foi: Quais os malefícios ocasionados pela ausência dos familiares na Unidade de Terapia Intensiva? Para responder ao questionamento e contemplar o objetivo proposto foi realizado o levantamento bibliográfico incluindo todos os artigos sobre a temática, publicados no período de 2005 a 2018 e indexados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Foram utilizados como critérios de seleção: artigos em português; disponíveis na íntegra, indexados pelos termos dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS): “Unidades de Terapia Intensiva” e “Cuidados Críticos”. A busca foi realizada em julho de 2018. Foram encontradas 11 publicações, onde 4 não contemplavam o tema, assim 7 publicações foram selecionadas. Resultados: Quando o cliente conta com a companhia de algum familiar, nota-se que vários parâmetros melhoram e consequentemente quando existe a ausência deste acompanhante, é possível perceber uma piora tanto no quadro do cliente, como no temperamento do mesmo. Os estudos apontam que a alteração mais notada é a temperamental, por meio da agitação, uma vez que o cliente que se encontra sozinho em uma UTI tende a ser mais agitado, precisando por vezes ser mantido contido, dificultando assim o serviço da equipe e por vezes atrasando o resultado de sua terapia. Outro fator bem citado é a alternância dos batimentos cardíacos, o cliente não acompanhado tende a ter uma alteração em seus batimentos cardíacos, que no horário da visita, por exemplo, é normalizado frente ao seu acompanhante. Privar um cliente da companhia de seu familiar dificulta toda a mobilização diante da tentativa de tornar a assistência prestada na UTI mais humanizada. Por consequência, atualmente algumas instituições já vem adotando a companhia como rotina, a fim de tornar o período de internação menos traumatizante e doloroso ao cliente e consequentemente aos seus familiares, assim como o serviço prestado pela equipe menos tecnicista e mais afetuoso. Conclusão: Conclui-se que a presença dos familiares em um ambiente de UTI é um fator extremamente relevante, já que a presença dos mesmos torna os clientes internados mais confiantes e tranquilos. Sem dúvidas o atendimento humanizado é o caminho para ofertar uma melhora nos serviços de saúde, e trazer o familiar para dentro da Unidade de Terapia Intensiva é indiscutivelmente um ato de humanização, principalmente em relação a visão do cliente.

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