TÉCNICA DE ANESTESIA POR TUMESCÊNCIA NA MASTECTOMIA EM CANINOS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

LUCIANA ARAUJO LINS, VITÓRIA RAMOS DE FREITAS

Resumo


Introdução: A utilização da anestesia infiltrativa pela técnica de tumescência tem sido crescente em medicina veterinária, uma vez que ela é segura e prática podendo ser aplicada como protocolo anestésico adjuvante em mastectomia em cadelas, principalmente naquelas que apresentam algum fator de risco à anestesia geral. Seu uso isolado, entretanto, não é viável, sendo necessária a anestesia geral concomitante devido às limitações de colaboração por parte do animal e à intolerância em permanecer em decúbito e imóvel durante o ato cirúrgico. A associação de ambas as técnicas diminui de maneira significativa o requerimento do anestésico volátil, diminuindo, portanto, os riscos advindos de planos anestésicos profundos além de incrementar a analgesia pós-operatória imediata, podendo, desta maneira, ocupar um papel de destaque como protocolo anestésico complementar para a realização de cirurgias oncológicas cutâneas. Tais propriedades benéficas da anestesia por tumescência se devem aos constituintes da solução, normalmente composta por um anestésico local, um fármaco vasoconstritor, uma substância reguladora de pH e uma solução de infusão intravenosa estéril. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi elaborar uma revisão bibliográfica sobre a técnica de anestesia por tumescência que é amplamente usada em mastectomias em cadelas. Metodologia: A elaboração dessa revisão de literatura implicou na compilação de dados da bibliografia básica como artigos, dissertações e teses cujo assunto principal fosse o uso da técnica de tumescência em mastectomias. Resultados: A técnica de anestesia local por tumescência consiste na anestesia regional da pele e do tecido subcutâneo, com infiltração de grandes volumes de anestésico local diluídos, permitindo que amplas áreas de tecido possam ser bloqueadas. A solução de tumescência é composta por solução de NaCl a 0,9%, lidocaína sem vasoconstrictor e adrenalina. Deve ser infiltrada diretamente sob o local da incisão cirúrgica e também ser aquecida entre 38-40Cº com a finalidade de diminuir o desconforto no momento da infiltração bem como reduzir a perda de temperatura corpórea. Na Medicina Veterinária, nos últimos anos, o uso da anestesia local tumescente tem se concentrado basicamente em cadelas para realização de mastectomia. A infusão da solução de tumescência pode ser realizada de maneira manual por meio de seringa e agulha, inserida na derme em um ângulo de 30 º em torno de ambos os lados de toda a cadeia a ser excisada ou com a utilização de agulhas para punção epidural do tipo Thouy, sendo caracterizadas por ponta romba minimizando acidental punção venosa. Pode ser observada depois de ser infiltrada que a solução de tumescência adquire uma consistência gelatinosa, no tecido infiltrado. Não há nenhum constituinte da solução capaz de alterar sua forma física de liquido para gel, o que pode ser atribuída de maneira empírica, já que não se tem muitos estudos científicos, a mudança do potencial de hidrogênio e associação com a solução resfriada proporcionando assim uma hidrodivulssão facilitando a cirurgia e diminuindo o trauma cirúrgico. O grande volume de solução tumescente causa uma distensão da pele na área da cirurgia podendo causar uma expansão aguda de tecido durante a cirurgia, o que facilita a aproximação das bordas da ferida. Conclusão: Conclui-se que a técnica de anestesia por tumescência é extremamente eficaz em mastectomias sendo assim bastante utilizada em Medicina Veterinária.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.