PROTOCOLOS ANESTÉSICOS EM FELINOS – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

VITÓRIA FREITAS, LUCIANA ARAUJO LINS, VICTÓRIA PIRES PANASSOLO

Resumo


Introdução: A seleção de um protocolo anestésico particular baseia-se em estado físico e temperamento do paciente, tipo de procedimento, expectativa de dor perioperatória, entre outros. A anestesia geral caracteriza-se por relaxamento muscular, inconsciência, amnésia e analgesia, portanto é difícil que um único fármaco seja capaz de fornecer todos esses elementos, sem causar distúrbio significativo na homeostasia do paciente. Como regra geral, quando se formula um protocolo anestésico, é melhor considerar o uso de doses relativamente baixas de vários fármacos diferentes, em lugar de uma dose elevada de um único fármaco. Qualquer protocolo precisa incluir uma substância para controlar a dor, quando presente ou antecipada. O único aspecto que não deve variar entre os procedimentos anestésicos é o grau de vigilância associada ao monitoramento de um cão ou gato anestesiado. A identificação precoce de uma dificuldade anestésica iminente é o único fator mais importante responsável pela diminuição da morbidade e mortalidade relacionadas com a anestesia. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi apresentar os protocolos anestésicos mais utilizados em felinos de acordo com a literatura. Metodologia: Foram coletados dados na literatura sobre as drogas anestésicas e associações comuns em medicina felina, considerando todas as classes de medicamentos utilizados em um protocolo anestésico. Resultados: A medicação pré-anestésica (MPA) recomendada em felinos são os fenotiazínicos (levomepromazina, clorpromazina e acepromazina) por via intramuscular. Além destes, protocolos de MPA em associação com analgésicos como morfina, cetamina e morfina, cetamina midazolan e morfina também são descritos na literatura. Os benzodiazepínicos podem ser utilizados como MPA e na indução de felinos debilitados, porém em felinos hígidos ou ativos, efeitos adversos como excitação e o aumento da agressividade podem ocorrer. A indução da anestesia é mais facilmente realizada na maioria dos animais com propofol, alfaxolona, cetamina-midazolam, propofol-cetamina, etomidato ou, menos comumente, tiopental. Indução por máscara é útil em gatos de difícil controle. Estudos demonstram o propofol como o fármaco mais utilizado na indução anestésica, seguido da cetamina. A indução por meio do propofol garante uma rápida perda da consciência e do reflexo laringotraqueal, com ausência de efeitos cumulativos ou liberação de metabólitos secundários ativos. A cetamina pode ser utilizada como indução, mas é contraindicada em felinos com afecções no sistema urinário por apresentarem excreção renal nesta espécie. O etomidato tem efeito tóxico nos felinos devido à característica hiperosmótica de seu veículo, indica-se, portanto, a diluição do etomidato em solução salina na proporção 1:1. Na manutenção anestésica a potência dos anestésicos inalatórios, caracterizada pela sua concentração alveolar mínima (maiores valores de CAM), tende a ser menor em gatos do que em muitas outras espécies, incluindo cães e cavalos. Estudos demonstram o uso do isoflurano na maioria dos protocolos. O isofluorano pode causar vasodilatação periférica, porém com manutenção do débito cardíaco e aumento de frequência cardíaca. Conclusão: Conclui-se que existe ampla variedade de protocolos anestésicos indicados para felinos, sendo necessário sempre uma avaliação pré-anestésica rigorosa, de modo a decidir o melhor protocolo para cada animal.

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