OSTECTOMIA DE CABEÇA E COLO FEMORAL EM CANINO

João Pedro Scussel Feranti, JOÃO FILHO

Resumo


Introdução: A ostectomia de cabeça e colo femoral (OCCF) é uma modalidade cirúrgica utilizada para pacientes caninos que cursam com enfermidades graves da articulação coxofemoral, como as displasias coxofemorais de grau elevado. A OCCF consiste na remoção cirúrgica da cabeça e colo femoral visando a criação futura de uma pseudo articulação coxofemoral. Objetivo: O objetivo do presente relato é descrever a técnica de OCCF em um canino, demonstrando os resultados pós-operatórios. Metodologia: Foi atendido, um canino, sem raça definida, de aproximadamente 11 anos, pesando 23kg de massa corpórea com histórico de claudicação em membro pélvico esquerdo. Após exame clínico, suspeitou-se de displasia coxofemoral. O paciente foi encaminhado para realização de exames complementares, como radiografia da articulação coxofemoral e colheita de sangue para realização de hemograma e testes bioquímicos. Nos exames de sangue não foram observadas alterações nos padrões fisiológicos para a espécie, porém na radiografia foram observadas alterações compatíveis com displasia coxofemoral grave. Optou-se pelo tratamento cirúrgico, por meio de OCCF. Após anestesia geral inalatória, o paciente foi posicionado em decúbito lateral direito, realizado preparo asséptico do campo operatório e colocação dos panos de campo. Efetuou-se incisão cutânea ligeiramente curva cranial e dorsalmente ao trocanter maior do fêmur. Prossegue-se a incisão através do tecido subcutâneo e fáscia lata para expor suficientemente o músculo tensor da fáscia lata, rebatendo-se o tensor da fáscia lata e o bíceps femoral, tornando visível o trocanter maior. Utilizou-se afastadores de Gelpi para manter tais musculaturas afastadas, expondo a articulação coxofemoral, utilizando-se osteótomo para efetuar a OCCF, removendo-se posteriormente através de curetagem, irregularidades ósseas que permaneceram na superfície de corte do fêmur. Logo, fez-se suturas da fáscia lata e os músculos tensores da fáscia lata ao bíceps femoral e subcutâneo com Náilon 2-0 em padrão contínuo simples, e pele com Náilon 3-0 em padrão Wolff. Resultados: A cirurgia teve duração de 45 minutos e não esteve associada a complicações transoperatórias. O paciente retornou para avaliação 10 dias após o procedimento, onde visualizou-se ferida cicatrizada, sendo removida a sutura cutânea. Na avaliação, o canino não demonstrava dor, com apoio satisfatório do membro e segundo o tutor, com melhora do quadro clínico. O diagnóstico precoce de caninos com displasia coxofemoral pode evitar cirurgias como a OCCF, porém caso essa cirurgia não possa ser evitada, a mesma é uma alternativa para o controle da dor nesses pacientes e tem o intuito de realizar uma pseudo articulação coxofemoral, permitindo que o canino consiga novamente se locomover sem dor, com qualidade de vida. Conclusão: Conclui-se com o presente caso que a OCCF foi efetiva, com melhora efetiva na deambulação do paciente.

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