AVALIAÇÃO DE PESO DE MINHOCAS EISENIA FOETIDA SUBMETIDAS AO TESTE DE TOXIDADE AGUDA À IVERMECTINA

MARIA DA GRAÇA SOUZA, SANDRO MOREIRA TUERLINCKX, VITÓRIA RAMOS DE FREITAS, HUMBERTO DE MELLO CUNHA, VICTÓRIA PIRES PANASSOLO, JÉSSICA LUZARDO MARQUES

Resumo


Introdução: Tem-se demonstrado que a presença de resíduos ambientais de fármacos veterinários, principalmente da classe das avermectinas, afeta organismos não-alvo que habitam os estercos e o solo. As avermectinas são excretadas principalmente através das fezes e grande parcela do medicamento original é eliminado de forma não-metabolizada, ou seja, inalterado, independentemente da formulação comercial utilizada. As minhocas têm desempenhado um importante papel em testes de toxicidade. A Eisenia foetida tem sido a espécie mais utilizada para testes desde que a padronização dos ensaios de efeitos ecotóxicos agudos e crônicos para este químico foi estabelecida. Essa espécie é especialmente apropriada para os testes de toxicidade, pois podem ser facilmente criadas em uma variedade de resíduos orgânicos e com tempos de geração curto. Além disso, sua susceptibilidade aos produtos químicos se assemelha a minhocas de solo. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar a variação peso de minhocas Eisenia foetida submetidas ao teste de toxidade aguda à diferentes concentrações de Ivermectina. Metodologia: Foi realizado um teste de contato com papel de filtro, este foi colocado em uma placa de Petri de 9 cm de diâmetro e tratado com a substância de teste dissolvida em 1 mL de acetona. Após a evaporação do solvente, o papel filtro foi reconstituido com 1 mL de água deionizada e 1 (uma) minhoca foi colocada sobre o papel. A placa de Petri foi incubada no escuro a 20 ± 1º C por 48 horas e a mortalidade, peso e alterações morfofisiológicas foram registradas as 24 horas e ao final do período de exposição. As minhocas foram consideradas mortas quando não conseguiam responder a um toque mecânico suave no seu terço posterior. Para estabelecer a relação entre a concentração do produto testado e os parâmetros estudados, as minhocas foram expostas a quatro concentrações diferentes de ivermectina em uma série geométrica e um controle (0 – 8g cm-2). Foram utilizadas dez repetições para cada concentração. A água deionizada foi empregada como controle. Resultados: Os resultados observados foram perda de peso no grupo controle, que confere à própria restrição alimentar sofrida pelas minhocas durante 48 horas. Observou-se que a porcentagem de perda de peso foi maior nos grupos expostos à concentração 2 e 4 g cm-2, com perda de 21 e 20 % do peso, respectivamente, em 24 horas. Em 48h a perda observada foi de 35% para a concentração de 2 e 38% para a concentração de 4 g cm-2. Os expostos a maiores concentrações de Ivermectina sofreram uma perda de peso menos significativa em relação aos grupos com 2 e 4 g cm-2, tanto em 24 como em 48h. Estatisticamente, a diferença significativa de perda de peso em relação ao grupo 0 ocorreu apenas nos grupos com concentração de 2, 3, 4 e 6 g m-2 em 48 horas. Conclusão: Conclui-se que a perda de peso não teve relação com o aumento da concentração de Ivermectina.

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