ANOMALIA CONGENITA EM OVINOS: UM RELATO DE CASO

JOAO PEDRO SCUSSEL FERANTI, SCARLETTE AREBALO, Dandara Amaral, Rodrigo Ercolani da Silva Guterres, Alisson Santos, Cristhian Ferreira Kaefer

Resumo


Introdução: As malformações congênitas, teratogenias ou anomalias do desenvolvimento são processos patológicos definidos como defeitos estruturais que se originam durante a vida embrionária. Elas podem ser hereditárias ou causadas por agentes infecciosos, plantas tóxicas, substâncias químicas, agressões físicas ou deficiências nutricionais. Além disso, muitas malformações ocorrem de forma esporádica, sem que estejam associadas a uma causa específica. A ocorrência de teratogenias tem sido relatada em todas as classes de vertebrados e geralmente são incompatíveis com um período de vida prolongado. A frequência de malformações congênitas varia entre diferentes populações animais, sendo estimadas entre 0,5 e 3% em bovinos nascidos e 2% dos ovinos. Objetivo: O presente relato tem como objetivo descrever o caso de um ovino com má formação do crânio, relatando as técnicas utilizadas, bem como os achados obtidos para o diagnóstico da anomalia. Metodologia: Foi atendido, um ovino, Corriedale, de aproximadamente um mês, com históricos segundo o tutor, que após o animal mamar, o leite escorria por um orifício na face, abaixo da orelha esquerda. Para melhor avaliação do paciente, realizou-se tranquilização com Xilazina (0,1 mg.kg-1, I.M.), e posteriormente tricotomia e limpeza do orifício. Observou-se que o orifício abaixo da orelha, se assemelhava a uma boca, sendo visualizado estruturas como língua, gengiva e dentes. Não exibia outro defeito visível e seus parâmetros fisiológicos se encontravam normais para espécie. Afim de descobrir se o orifício se comunicava com outras regiões, realizou-se a sondagem do orifício, seguida da realização de radiografias simples e contrastadas, sendo visualizado a comunicação com a faringe/esôfago. Foram passadas recomendações ao tutor, com objetivo de síntese desse novo orifício, porem o mesmo não teve interesse em intervir para possível correção. Após quatros semanas do atendimento, por meio de contato telefônico, se descobriu que o animal veio a óbito, sem uma causa conhecida. Resultados: O diagnóstico das malformações não oferece dificuldades, entretanto a determinação das causas não é fácil e, por essa razão o controle se torna difícil. Os defeitos congênitos ocorridos no ovino em questão podem ser consequência de fatores ambientais, genéticos ou pela interação de ambos. A maior susceptibilidade do indivíduo em apresentar defeitos congênitos depende do estágio de desenvolvimento, ao qual o embrião foi sujeito a influencias adversas. Na espécie ovina, a fixação do zigoto no endométrio ocorre pelo décimo dia após a fecundação, período no qual o animal é mais resistente aos defeitos teratogênicos ambientais, porém é alta a susceptibilidade para as mutações genéticas e as aberrações cromossômicas. Conclusão: As malformações congênitas em ovinos parecem ocorrer numa frequência maior que aquelas relatadas em outras espécies. Portanto, fazem-se necessários estudos aprofundados sobre este assunto para que seja possível minimizar os danos que por eles são causados.

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