Osteossíntese de fêmur com o uso de placa bloqueada em canino

MARTINA NUNES, Gabriela Trindade, Karoline Leal, Mauricio Carlosso, Luís Dutra, João Scussel

Resumo


O presente relato tem por objetivo descrever o tratamento de fratura de fêmur antiga com o uso de placa bloqueada em canino que havia sido submetido anteriormente a dois procedimentos cirúrgicos para correção da mesma fratura. Foi atendido no HV-URCAMP, um canino macho, labrador, com aproximadamente três anos de idade, pesando 38,6 kg, tendo como queixa principal do tutor, que o animal não apoiava o membro pélvico direito (MPD), devido a uma fratura pós trauma, há aproximadamente um ano e dois meses. Relatou também, que o animal já havia sido submetido a duas cirurgias para a correção da fratura, porém, sem sucesso, permanecendo ininterruptamente com o MPD levantado. Após realização de diversos exames complementares, constatou-se por meio de radiografia, fratura em diáfise média de fêmur, completa, transversa, com intensa reação periosteal, calo ósseo não estruturado com ponte parcial na linha de fratura, além de, imagem compatível com pino intramedular, fora do canal medular e solto na musculatura da coxa. Após a confirmação do diagnóstico, o animal foi encaminhado para cirurgia, para a realização da osteossíntese de fêmur, utilizando-se para isso, placa bloqueada, na tentativa de promover melhor estabilização da fratura. Após estabilização de plano anestésico, o animal foi colocado em decúbito lateral e, após a antissepsia do campo operatório e colocação dos panos de campo, realizou-se incisão crânio lateral ao fêmur direito, dissecação dos tecidos subcutâneo e muscular, sendo visualizada a fratura e intensa reação periosteal. Após remoção do excesso de fibrose, removeu-se o pino intramedular que estava solto na musculatura, logo, curetou-se as bordas ósseas, reduzindo-se a fratura. Inseriu-se placa bloqueada de 3,5X8F e sete parafusos bloqueados de 3,5X20 para estabilização da fratura, na sequência, realizou-se a síntese dos tecidos muscular, subcutâneo e pele. O procedimento foi realizado em 140 minutos e não esteve associado a nenhuma complicação trans ou pós-operatória. No pós-operatório o animal foi mantido sob observação até sua completa recuperação. O paciente recebeu como medicações pós-operatórias no período de cinco dias que esteve internado, tramadol (5 mg.kg-1, SC, TID), meloxicam (0,1 mg.kg-1, SC, SID, por três dias), e cefalotina (30 mg.kg-1, IV, TID). No quinto dia, recebeu alta, sendo prescrito para casa, tramadol (5 mg.kg-1, VO, TID) por três dias e cefalexina (30 mg.kg-1, VO, BID), durante sete dias. Orientou-se que o animal permanecesse ininterruptamente com o colar Elizabetano e que fosse realizada a limpeza da ferida operatória até a retirada da sutura, permanecendo sempre em repouso. Avaliações periódicas foram propostas ao proprietário no intuito de acompanhar a evolução do paciente e consolidação da fratura. O tutor retornou nos períodos pré-determinados para as avaliações, sendo constatada após um período de 90 dias, consolidação da fratura por meio de imagem radiográfica e plena recuperação do paciente, onde o mesmo, deambulava normalmente, não sendo observado novos episódios de claudicação. Conclui-se que a utilização de placa bloqueada para osteossíntese de fratura femoral antiga em canino, pode propiciar adequada estabilização e consolidação da fratura, com pleno retorno à função do membro.


Palavras-chave


fratura; placa bloqueada; calo ósseo.

Texto completo:

DOWNLOAD ARTIGO PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.