Fixação de fratura de tíbia e fíbula com cicatrização retardada em um cão - Relato de caso

JOSI RODRIGUES, Renata Borges Machado, Guilheme Collares

Resumo


As fraturas se caracterizam pela perda da continuidade óssea apresentando diversas classificações. Quando esse tipo de lesão são abordadas inadequadamente, as consequências podem ser desastrosas, podendo ser necessário a amputação do membro acometido ou levando a infecções incompatíveis com a vida do paciente. As fratura em cães quando manipuladas com técnicas indicadas, tempo apropriado e pós operatório corretamente realizado, apresentam prognostico favorável. O objetivo deste trabalho é descrever a recuperação de um cão com fratura completa, reduzida tardiamente. Foi recebido no Hospital de Clinicas Veterinárias da Universidade de Região da Campanha – URCAMP – Bagé RS, um cão fêmea de aproximadamente 8 anos de idade da raça Salouki. O proprietário relatou que o animal apresentava fratura no membro posterior esquerdo acerca de quarenta e cinco dias e que foram utilizados diversas formas de tratamento e fixação, sendo todos ineficazes. O canino foi submetido a avaliação clinica e radiológica, ficando evidente a lesão. No hemograma não havia alterações. Na avaliacão radiológica, constatou-se uma fratura na região distal da tíbia e fíbula do tipo completa, transversal, com afastamento dos bordos. Baseado nesse aspecto, optou-se pela intervenção cirúrgica, utilizando-se a técnica de Tala de Kirschner com pinos transmedulares e pinos de Schans, fixados externamente com utilização de resina odontológica para imobilização da lesão após o seu reposicionamento. O pós operatório foi realizado com antibioticoterapia à base de amicacina (10mg/Kg) e metronidazol (50mg/Kg), além de anti-inflamatório utilizando meloxican (0,2 mg/Kg). A limpeza da ferida cirúrgica foi realizada com solução fisiológica e iodo 2% como antisséptico diariamente. O animal também recebeu suplementação oral com cálcio. Foi realizado monitoramento radiológico da fratura, a cada 14 dias, até a remoção dos implantes. Baseado nos achados radiológicos, a remoção dos pinos foi realizadas após 3 meses da cirurgia. Neste período, foi observada a formação de calo ósseo e ausência de radiolucência na linha de fratura. Após a remoção dos implantes, o animal permaneceu com liga de apoio durante 21 dias para evitar impactos na região afetada. Neste relato, o método optado de tala de Kirscher foi eficaz em reduzir a fratura do cão, mesmo a abordagem tendo sido tardia, após 45 dias do trauma. O inconveniente encontrado foi o fechamento com união retardada, o que não prejudicou a recuperação plena do animal.


Palavras-chave


Canino, fratura, fixação, cirurgia.

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