Avaliação da capacidade antioxidante e teor de antocianinas em linhaça marrom cultivada de forma convencional e de forma orgânica

EDERSON SILVEIRA, Nathan Mendes Vieira, Alechandra Schwanck Napparo, Reni Rockenbach, Ana Carolina Zago, Guilherme Cassão Marques Bragança

Resumo


A linhaça (Linum usitatissimum L.) é uma oleaginosa originária da Ásia. Nutricionalmente é rica em ácidos graxos do tipo Ômega 3 e Ômega 6, apresenta também quantidade elevada de fibras, proteínas e compostos fenólicos. No Brasil o cultivo da linhaça teve inicio do século XVII em Santa Catarina, sendo hoje o Rio Grande do Sul o principal produtor desse grão. Existem duas espécies de linhaça bastante conhecidas, a marrom e a dourada, que ainda geram dúvidas quanto ao valor nutricional e seus benefícios. Diferem. A linhaça marrom se adapta-se melhor a regiões de clima quente e úmido, podendo ser cultivada de forma convencional ou de forma orgânica. Objetivou-se determinar o teor de antocianinas totais e a capacidade antioxidante da linhaça marrom cultivada de forma convencional e orgânica, comparando os cultivos. Adquiriu-se os grãos em comércio de Bagé. A atividade antioxidante foi avaliada por meio de dois métodos, escolhidos por apresentarem diferentes capacidades de captura de cátions e ânions. Utilizou-se o método denominado 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) e o método de 2,2´azino-bis-(3-etilbenzotiazolin 6-ácido sulfônico) (ABTS). Quanto ao tratamento estatístico, sendo atendidos os pressupostos, os dados foram submetidos à análise de variância através do teste F (p≤0,05). Constatando-se significância estatística ao nível de 5%, os efeitos dos tratamentos nas duas amostras foram comparados pelo teste T (p≤0,05). Quanto ao teor de antocianinas, expresso em mg de cianidina-3-glicosídio.100g-1 de matéria seca, foi encontrado 6,32 e 2,54 para os grãos de cultivo convencional e para os grãos de cultivo orgânico respectivamente. A capacidade antioxidante(expressa em μM Trolox.g-1 amostra) quando avaliada pelo método DPPH apresentou valores de 4,14 para cultivo convencional e 2,96 para cultivo orgânico; e pelo método ABTS foi possível identificar 33,10 para cultivo orgânico e 32 para cultivo convencional. Todas as amostras diferiram entre si pelo teste de Tukey (p≤0,05) quando comparados os resultados das análises entre os tipos de cultivo. Os valores encontrados podem ser justificados pelas diferenças de solo, resistência vegetal, umidade, radiação solar e, sobretudo, utilização de agentes químicos para combate a pragas da plantação. A utilização de defensivos agrícolas pode promover grande estresse metabólico no vegetal, fazendo com que este produza agentes auto protetores, como as antocianinas, e desenvolva capacidade antioxidante frente a substâncias às quais está mais exposto. Nesse sentido se observa maior capacidade antioxidante do produto convencional frente a substâncias aniônicas, e maior atividade antioxidante do produto orgânico frente a substâncias catiônicas. Com base no exposto, conclui-se que o cultivo exerce importante influência sobre o teor de antocianinas e capacidade antioxidante da linhaça marrom, sendo o cultivo convencional o responsável por manter nos grãos estudados, maior concentração e ação de compostos bioativos.


Palavras-chave


Linhaça marrom, antioxidante, cultivo

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