Interferência do pH na produção de exopolissacarídeos por Rhizobium loti em meio com sacarose

Resumo

Bactérias do gênero Rhizobium produzem exopolisacarídeos (EPS) relacionados com a fixação destas às plantas simbiontes. Estes exopolissacarideos, por sua vez, são moléculas de grande interesse para indústrias alimentícias e agrícolas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de EPS por diferentes estirpes de Rhizobium loti utilizando sacarose como fonte de carbono no meio de cultura, em diferentes condições de pH. Colônias de R. loti (estirpes SEMIA806 e SEMIA816) foram cultivadas em 50 mL de meio YSAC (yeast sacarose), em pH 5,5 e pH 7,0, durante 24 horas, a temperatura de 30°C. Após esse período, o meio foi centrifugado durante 30 min, a velocidade de 6000 RFC e 4°C. Os EPSs foram precipitados utilizando-se 2 volumes de etanol 70% e secos em BOD a temperatura de 30°C durante 24 horas. A massa de EPS produzida foi aferida em balança de precisão. Todos os experimentos foram realizados em triplicata e as diferenças entre as médias calculadas usando o test-t. Comparando os diferentes valores de pH (5,5 e 7,0), não houve diferença significativa (p > 0.19) para a quantidade de EPS produzida por ambas as estirpes. Por outro lado, ao comparar as estirpes SEMIA806 e SEMIA816, houve diferença significativa (p = 0.05) para o pH 5,5, com maior produção de EPS pela estirpe SEMIA816. Não houve diferença significativa (p = 0.18) entre as duas estirpes para a quantidade de EPS produzida em pH 7,0. O pH 5,5 foi o que gerou maior quantidade de EPS para ambas as estirpes, sugerindo que este pH é o mais indicado para produção de EPS por Rhizobium loti. A utilização de suplementos como glicina e biotina devem ser testados em estudos futuros visando à otimização do meio de cultura de R. loti prar produção de exopolissacarídeos.