Lacerações Intraorais nos Tecidos Moles de Cavalo da Raça Mangalarga Marchador

LUISA DOS SANTOS VEBER, Patricia de Freitas Salla, Lizzie de Oliveira Dietrich, Gabriela Benites Venite, Fabio Melo, Marcio Borges

Resumo


A domesticação dos animais favoreceu a introdução de objetos estranhos na cavidade oral equina. Dentre estes, é conhecido e relatado na literatura que o uso de embocaduras predispõe a lesões intraorais, podendo ocasionar até periostites mandibulares. Relatos de médicos veterinários na prática clínica enfatizam que o uso de embocaduras em animais com problemas dentários pode comprometer seriamente a face interna da bochecha e a comissura labial ocasionando ulcerações e hematomas. O exame oral inicia-se com a lavagem da boca com água e então se observa o cheiro, a consistência e o volume do material obtido. Os lábios são examinados para verificar a presença de ulceração, trauma ou neoplasias. Então, os lábios são separados para permitir a inspeção dos incisivos nas vistas lateral e frontal para verificar a simetria, desgaste, distúrbios de oclusão, fraturas coronárias e retenção de dentes decíduos. Os tecidos moles da cavidade oral encontram-se suscetíveis a lesões traumáticas devido a vários fatores como embocaduras, objetos externos pontiagudos e procedimentos intraorais, como por exemplo, exodontias. No entanto, estes têm uma grande capacidade de reparação. Geralmente as lacerações superficiais de menores dimensões, da mucosa, lábios e língua podem cicatrizar eficazmente por segunda intenção, num período de tempo de duas semanas, sem deixar cicatriz. As alterações da língua ocorrem com alguma frequência e podem ser graves. As lacerações transversais ocorrem com mais frequência do que as longitudinais, as quais ocorrem mais facilmente na porção livre da língua, devido ao fato de se expor ao meio ambiente. Este trabalho relata o caso de um cavalo, macho, da raça Mangalarga Marchador, de 3,5 anos, que está começando a ser trabalhado, introduzido a doma. No tratamento dental de rotina foi observado além das trocas dentárias, lacerações intraorais nos tecidos moles. Este animal apresenta ulcerações na mucosa oral e lacerações da língua, pontas dentárias e trocas de dentes de leite. Foram extraídos dentes incisivos decíduo, dente de lobo, dentes molares decíduos. Foi indicado nivelamento dentário (odontoplastia), redução dos incisivos, nivelamento de molares, bit seat e extração. Recomendado sal fino durante cinco dias. Revisão o animal em dois meses para acompanhar as trocas dentárias. A presença de uma boa condição física não é motivo para dispensar a necessidade de exame e tratamento dentário. O melhor tratamento é o preventivo, de preferência, na ausência verdadeira de sinais e sintomas. Desta forma, faz-se necessária a criação ou aumento da consciência racional das pessoas que se relacionam direta ou indiretamente com os equinos.


Palavras-chave


odontologia; equino; saúde oral

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