UMA ANÁLISE SOBRE O PAPEL DA REVISTA MANCHETE NA EVOLUÇÃO DO JORNALISMO DE REVISTA

Resumo

No decorrer da história do jornalismo brasileiro, são inúmeras as revistas de grande abrangências que já ocuparam posição de destaque informando e formando opiniões. As pioneiras, chamadas de revistas ilustradas, dedicavam à fotografia e ilustração a maior parte de seu conteúdo, deixando o texto, de fato, em segundo plano. A primeira revista ilustrada do Brasil “O Cruzeiro” era impressa em tinta colorida já em 1928, o que lhe fornecia prestígio e garantia as vendas. Destaque do passado, muitas dessas revistas foram esquecidas por seus antigos leitores e nem mesmo conhecidas pelos mais jovens, são vistas apenas como revistas antigas e ultrapassadas. No entanto, na época de seu lançamento, a Manchete garantiu a gravação de seu nome na história, uma vez que foi quem trouxe a inovação para a história recente da imprensa no Brasil. Considerando a revista um marco histórico para a evolução do jornalismo de revista brasileiro, este trabalho pretende mostrar, a partir do surgimento da revista Manchete, a evolução do jornalismo de revista no país e o impacto desta na história, mesmo após o seu desaparecimento. A partir de uma revisão bibliográfica sobre a história do jornalismo de revista, seguida da análise, desenvolvida com base na análise de conteúdo (BARDIN, 1977), das principais revistas de cada década – considerando os periódicos de maior circulação – este trabalho busca construir uma breve reconstrução da história do jornalismo de revista no país, tomando como ponto de partida e referência a revista Manchete. Com a análise, foi possível observar os elementos fundadores do jornalismo de revista no país, bem como os desdobramentos destes e o seu reflexo ao longo da estruturação do segmento. Embora o jornalismo, de modo geral, apresente-se cada vez mais marcado pelo avanço tecnológico, em especial a internet na atualidade, é importante observar que veículos pioneiros, como a revista Manchete, permeiam também esta evolução.