AS BARREIRAS ENFRENTADAS PELO EX-PRESIDIÁRIO NO INGRESSO AO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO

Francesca Rosa dos Santos, Mariana Dias, Valéria da Rosa, Clarisse Ismério

Resumo


O trabalho é a via que possibilita a criação de valores, estimulando a independência enquanto ensina sobre disciplina e ética. No Brasil, devido a fatores socioculturais, o ex-presidiário se mostra desprovido dessa oportunidade, tendo como resultado a reincidência do mesmo e consequentemente o elevado percentual carcerário. Tais fatores revelam uma ideologia fixada na sociedade contemporânea que através da análise da mesma, esclarecem o obstáculo que é a reinserção. Dentre os elementos que impossibilitam o ex-presidiário retornar à atividade profissional, destacam-se o baixo nível de escolaridade, a falta de experiência profissional e o preconceito. Devido a isso, o objetivo geral desta pesquisa é analisar a reinserção do ex-apenado no mercado de trabalho, tendo como objetivos específicos caracterizar o egresso do Sistema Carcerário, conceituar reinserção, contextualizar a imagem do ex-detento perante a sociedade brasileira e evidenciar os métodos de reinserção propostos por entidades privadas e governamentais. A metodologia se caracteriza pelo uso do método dialético, sendo esta descritiva e exemplificativa. A abordagem é qualitativa, sendo uma pesquisa bibliográfica e documental. Observa-se que teorias, como a de Cesare Lombroso, reforçam o preconceito para com os presidiários, pois afirma que existe uma predisposição genética para o crime, invalidando assim a ideia de reinserção do ex-apenado na sociedade, criando uma ideologia de que é inevitável a reincidência do mesmo, comprovando que tais preconceitos não são recentes e já foram, até mesmo, baseados em estudos científicos. Tendo em vista que o ingresso no mercado de trabalho é claramente concorrido e seletivo, ter a “fixa suja” mostra-se como um empecilho na hora de arranjar um emprego. Ao desmistificar as representações para com o ex-detento cria-se uma real interpretação da situação que vivem os egressos do sistema carcerário brasileiro.  Em suma, a disseminação dessas ideias é tão ampla que as mesmas já são intrínsecas à sociedade, o que torna difícil a readaptação dos ex-presidiários à vida em liberdade e, como consequência, impossibilita sua reinserção ao mercado de trabalho. A assistência fornecida pelo governo não é suficiente perante as barreiras impostas, já que a tarefa de reintegração no mercado de trabalho é dificultada por uma série de fatores socioculturais.

 


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