COMPARATIVO DA QUALIDADE DE ESPINHEIRA SANTA (Maytenus ilicifolia Mart.) OBTIDA ATRAVÉS DE ERVANÁRIO E COLETA PADRONIZADA

JOAO OLAVO SEVERO DE VARGAS, ANA PAULA SIMÕES MENEZES, ALESSANDRA PEÇANHA DALL'ASTA, RAFAEL OLIVEIRA DOS REIS, PATRICIA ALBANO MARIÑO

Resumo


Introdução: A espécie Maytenus ilicifolia Mart., também conhecida popularmente como Espinheira Santa ou Cancorosa, representa uma das plantas medicinais com amplo emprego popular, principalmentepara desordens gastrintestinais. Está entre as espécies vegetais presente Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) com indicações terapêuticas para o tratamento de úlceras pépticas e gastrites. Sua venda está permitida sem prescrição médica, uma vez que a ANVISA a classifica como “Produto Tradicional Fitoterápico”, através da publicação da Instrução Normativa n°02 de 13 de maio de 2014. Objetivo: Avaliar a qualidade de espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart.) obtida de ervanário e de coleta padronizada através de análises fitoquímicas qualitativas. Metodologia: A obtenção das amostras foram através de um feirante (“erveiro”) que comercializa suas plantas no centro do municípiode Bagé-RS, e a amostra padronizada foi coletada em uma propriedade rural de Dom Pedrito-RS. As análises fitoquímicas qualitativas foram realizadas no Laboratório de Farmacognosia do Curso de Farmácia (URCAMP) através de reações clássicas de caracterização para alcalóides, flavonóides, glicosídeos antraquinônicos, saponinas e taninos, por meio de reações de precipitação, coloração ou formação de espuma. Os testes foram realizados em triplicata para cada amostra. A presença de alcaloides se deu utilizando-se o decocto (5g/ 30mLHCl 2N, 100ºC, 2’) com o Reagente de Dragendorf e Wagner, sendo considerado positivo a presença de precipitado específico para cada reagente (alaranjado e marrom respectivamente). Para flavonoides se fez com o decocto (2 g/15 mL de etanol 75%, 100ºC, 2’) testes de Shinoda, Cloreto Férrico e Hidróxido de Sódio. A formação respectivamente de precipitados rosa-avermelhado, amarelo, verde acastanhado ou violeta indica a presença de flavonóides. Para pesquisar a presença de compostos antraquinônicos se expôs a amostra (1 g /20 mL de etanol 75%, 80ºC, 2’) à Reação de Bornträeger, sendo confirmativo a formação de coloração rósea-avermelhado ou violeta. Para saponinas, foi realizada uma decocção com (2 g / 20 mLH2O, 100°C, 3’), e no filtrado aplicado o Teste Qualitativo de Espuma e gotas solução de ácido clorídrico para o confirmatório. Os taninos foram avaliados pela reação de Gelatina 2,5% no decocto (2 g/ 40 mL de água destilada, 100ºC, 2’), sendo a positividade observa-se a formação de precipitado branco. Resultados: Observou-se que para ambas amostras somente esteve ausente o metabólito secundário glicosídio antraquinônico, estando em conformidade aos dados achados na literatura. Do contrário, observou-se para os demais metabólitos uma proporcionalidade de parâmetros qualitativos com base na análise subjetiva do observador. A presença de flavonóides e taninos são de extrema importância, visto que os mesmos são os constituintes relacionados à ação antiulcerosa. Conclusão: Tal aspecto infere uma qualidade para consumo da amostra do ervanário, em comparação com a obtida por metodologia padronizada. Entretanto, análises quantitativas complementam um padrão de qualidade do produto, devendo também promover-se a reprodutibilidade do ensaio em distintos períodos.

Palavras-chave


Maytenus ilicifolia; qualidade do produto; planta medicinal.

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