Consequências do abate de fêmeas no Rio Grande do Sul: REVISÃO DE LITERATURA

FELIPE CORREA FAGUNDES, Henrique Dorneles Fernandes, Amanda Belardony Gomes, João Gomes de Carvalho Jr, Camilo Nadal, Roberto Bergmann Alves

Resumo


Ao longo dos anos, o abate de fêmeas tem sofrido considerável aumento no Rio Grande do Sul. Principalmente no mês de fevereiro em diante, tendo o pico em maio segundo dados do Frigorífico Mercosul (45% de fêmeas abatidas). O aumento no abate de fêmeas tende a crescer cada vez mais devido ao surgimento de novas tecnologias, como novas técnicas de manejo, resultando em índices reprodutivos elevados e a necessidade de maior renda no sistema. Este trabalho tem como objetivo esclarecer e informar a comunidade, principalmente, a de produtores rurais a cerca das consequências do abate de fêmeas no Rio Grande do Sul. No presente texto, os autores fazem uma revisão de literatura a respeito dos trabalhos de interesse neste tema de pesquisa descrevendo informações relevantes aos produtores. No Rio Grande do Sul os pequenos frigoríficos e matadouros dão preferência ao abate de fêmeas por proporcionar uma margem de lucro maior e um aumento para o produtor na taxa de natalidade do rebanho, a qual teve um crescimento no estado de 50% para 62% no ano de 2012. Sabe-se que a idade ao primeiro acasalamento diminuiu nos últimos anos no Rio Grande do Sul, onde 70% das fêmeas têm seu primeiro parto aos 3 anos, o que aumenta a produtividade por fêmea, uma vez que quanto mais cedo esta for acasalada, maior seu rendimento. Quando a parição ocorre aos 48 meses, o índice de desfrute do rebanho fica ao redor de 10%, devido ao maior tempo. Se a parição for aos 36 meses este índice triplicará e atingirá 30% com o primeiro parto aos dois anos e o abate dos machos aos 12 e 13 meses. Este elevado abate de fêmeas também pode ser explicado pelo fato de que em épocas de custos crescentes e de preços reduzidos, o produtor não possui o número de machos suficiente para atender suas demandas financeiras e acaba comercializando matrizes para atender os custos de produção e seu desfrute. Outro dado significativo é que as fêmeas abatidas em dezembro, oriundas de pastagens cultivadas, sem custos adicionais na nutrição devido à primavera, são teoricamente de melhor qualidade do que aquelas abatidas a partir de março, provenientes de campo nativo sem o mesmo padrão de acabamento. Portanto, neste trabalho foi possível concluir que nos meses de dezembro e janeiro a qualidade das carcaças oriundas de fêmeas aproxima-se da qualidade do boi, refletindo em quedas na diferença de preços pagos pelos frigoríficos entre as duas categorias. Contudo, esse abate de fêmeas tende a causar uma diminuição no número de matrizes reprodutoras, o que acarretará na falta de bezerros, consequentemente na suba do preço e na procura para confinamentos.


Palavras-chave


matrizes; bezerros; rebanho.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.