EXPERIÊNCIA PESSOAL: O DIA EM QUE O REPÓRTER VIROU CASE

ERICA INGRID BAPTISTA EICKOFF, Roberta Mércio

Resumo


Contar histórias, fazer perguntas, levar mensagens e informações às pessoas, são funções básicas e diárias de um jornalista. Mas o que acontece quando as posições se invertem? Como trazer para um trabalho a própria história como exemplo? Este resumo busca relatar justamente esta experiência. Tudo começou depois que uma proposta de trabalho da disciplina de Telejornalismo II, do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), trouxe a oportunidade de quebrar um tabu e falar sobre um assunto pouco difundido na mídia: o suicídio, através de um documentário com diferentes abordagens sobre o tema. Durante as aulas de planejamento do documentário, sugeri trazer o drama vivido pela minha própria família, e relatar como superamos. O objetivo deste relato é trazer o outro lado do jornalismo, ou seja, podemos sim trazer nossas próprias experiências e vivências, se estas podem ajudar outras pessoas. Apesar do tema difícil, que é a perda de alguém, que optou por deixar de viver, acredito que ter convencido minha mãe a ter falado sobre isso, vai ajudar a abrir o diálogo em outros segmentos da sociedade, sobre este assunto. Foi elaborado um projeto para um documentário que traria o suicídio como tema principal, com diferentes abordagens. As entrevistas, para este trabalho, foram fundamentais, pois elas favorecem a obtenção de dados em profundidade acerca do comportamento humano. Optou-se por entrevistas do tipo não-estruturadas já que oferecem ampla liberdade na formulação de perguntas e na intervenção da fala do entrevistado. Assim foi possível não só aprofundar conhecimentos sobre questões como depressão, por exemplo, mas também tivemos a oportunidade de exercitar uma das principais funções de um jornalista que é fazer perguntas. Participaram deste projeto 11 alunos desta disciplina, sob a orientação da professora Roberta Mércio, e com edição a cargo de Jeferson Vainer. O trabalho resultou em um documentário, chamado “Obrigado por vir”, que tem como objetivo, mostrar alguns sinais que os suicidas. O documentário foi apresentado na Aula Magna, do curso de Jornalismo, no dia 22 de agosto de 2017 e será levado para instituições de ensino de Bagé como forma de chamar a atenção para este assunto. Mais de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, o que representa uma morte a cada 40 segundos. A força da mídia não está apenas no que ela apresenta: está também, no que deixa de apresentar. Sendo assim, será que fechando os olhos para esta questão do suicídio, a mídia está cumprindo com seu papel social? Profissionalmente, este documentário deixou-me mais madura para enfrentar as diversidades de matérias que irei realizar e presenciar em minha profissão e ajudou a desenvolver o senso crítico em relação à mídia. Assim conclui-se que este trabalho é um ponto de partida para a discussão e troca de ideias e de conhecimentos sobre os problemas que podem levar ao suicídio, além de buscar ações preventivas. Avalio este documentário como positivo não só pelos resultados percebidos após sua exibição, mas por trazer a sensação de um dever cumprido como cidadã e futura jornalista, fazendo um alerta para a população, para que haja um entendimento de que, casos como o relatado por minha mãe neste documentário, podem acontecer em qualquer família. Só a informação pode fazer com que situações como a vivida pela minha família sejam evitadas.

Palavras-chave


suicídio; documentário; jornalismo

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