INFLUÊNCIA DA MASSA DE FORRAGEM NO PERÍODO DE RETIRADA DOS ANIMAIS NO ÓTIMO TEMPO DE REPOUSO EM PASTAGEM NATURAL SOB O SISTEMA VOISIN

Arthur Fernandes Bettencourt, Renan Silveira Sonego, Guilherme Joner, Natalie Pontes Scherer, Luciane Rumpel Segabinazzi, Andressa Käfer

Resumo


O pastejo contínuo é um método comumente utilizado no sul do Brasil, mas traz algumas desvantagens, pois não proporciona tempo de descanso suficiente para que a forragem se recupere do corte, promovendo a degradação da flora e fornecendo baixos níveis de estocagem. Portanto, os sistemas rotativos, especialmente o método Voisin, são vantajosos para esse tipo de sistema de produção, sobretudo, quando se tem conhecimento acerca do tempo ótimo de repouso (TOR) das espécies forrageiras presentes no sistema. No entanto, há pouca informação sobre o Pastoreio Racional Voisin (PRV) em pastagens nativas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o tempo ótimo de repouso (TOR) para uma pastagem natural sob a tecnologia do PRV. O experimento foi conduzido de maio a agosto de 2015, no município de Dom Pedrito - RS. Foram utilizados, inicialmente, 38 potreiros de 1,08 ha. O método utilizado para pastoreio foi o rotativo, fundamentado nas leis do PRV. A lotação animal ao início do experimento e que efetivamente foi aplicada nos potreiros experimentais foi de 1,82 UA/ha, com 90 novilhos de peso médio aproximado de 399,5 kg cada. No início de julho houve uma redução na lotação devido a transferência de animais para outra propriedade. Com isso, permaneceram 63 novilhos no sistema, distribuídos em 26 potreiros, contando com uma área de 29,9 há e 1,71 UA/ha. Foram utilizados dois tratamentos, com distintas massas de forragem no período de saída dos animais, sendo eles: com 3000 kg/ha (T1) e com 4000 kg/ha (T2). A massa de forragem foi mensurada no momento de entrada e saída dos animais de cada potreiro e a cada sete dias, utilizando três transectos de 5 metros de comprimento por 7 cm de largura em cada potreiro e o corte realizado com uma tesoura. Após cada avaliação a campo, as amostras de forragem foram pesadas em balança de precisão e secadas em forno micro-ondas. A partir desses dados foram realizadas as determinações de quilogramas de massa de forragem por hectare (kg/MS/ha). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado. Para análise, foi utilizado o pacote estatístico SAS. Os dados foram submetidos a análise de variância em nível de 5% de significância. Diferença significativa (P<0,05) foi detectada na produção de massa forrageira entre os tratamentos, no período de avaliação. O T2, apresentou maior acumulo de forragem, com 1,623 kg/ha contra 1,321 kg/ha no T1, devido a maior taxa de acumulo, 23,19 kg/ha/dia contra 18,87 kg/ha/dia, respectivamente. Essa diferença também foi observada em cada período de avaliação. Não houve diferença na capacidade dos potreiros e do sistema PRV (P<0,05). O TOR do T1 foi de 75 dias, enquanto que o T2 apresentou TOR de 70 dias. O T2 com MF 4000 kg/ha no momento de saída dos animais do potreiro, apresentou menor tempo de repouso (70 dias) e maior acumulo de forragem (1,623 kg/ha) quando comparado ao T1, que apresentou tempo de repouso de 75 dias e acumulo de forragem de 1,321 kg/ha. 


Palavras-chave


Campo nativo; Massa de forragem; Tempo de repouso.

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